Finanças

Lucro das empresas de capital aberto diminuiu 36,8%

Lucro das empresas de capital aberto diminuiu 36,8%
Crédito: Ricardo Moraes / Reuters Usada em 25-11-19 Usada em 19-03-20

O lucro das empresas de capital aberto no quarto trimestre de 2020 subiu mais de 100% com relação a 2019, enquanto no acumulado do ano passado houve queda de 36,8%, impactada principalmente pela variação cambial. Já a receita líquida das empresas no último trimestre de 2020 foi de R$ 543,7 bilhões, valor superior ao de 2019 em 19,8%.

As informações são do levantamento da plataforma Economatica, que considerou dados de demonstrativos financeiros de 254 empresas não financeiras entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) até 31 de março de 2021.

Foram desconsideradas as empresas Vale e Petrobras, porque os dados podem distorcer a amostra. Por exemplo, o lucro da Petrobras no 4º trimestre de 2020 foi de R$ 59,8 bilhões, que é o maior lucro trimestral de uma empresa de capital aberto da história. O lucro Ebit, que é o obtido antes dos encargos financeiros das empresas no 4º trimestre de 2020 chegou a R$ 74,6 bilhões, valor 55,9% superior ao de 2019.

Também no último trimestre do ano que passou, as empresas registraram ganho financeiro de R$ 4,52 bilhões, o que acaba elevando o resultado já que esse valor entra como um ganho nos resultados. No ano de 2019 registraram despesa financeira de R$ -12,7 bilhões, que diminuiu o resultado Ebit das mesmas. E o lucro líquido no período foi de R$ 62,1 bilhões, 102,9% superior ao do ano de 2019.

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Considerando olucro de todas as empresas não financeiras de capital aberto nacionais (sem Petrobras e Vale), cinco setores registram queda de lucratividade no último trimestre de 2020 com relação a 2019. E dos 23, somente o de educação apresentou prejuízo no 4º trimestre de 2020.

O setor de energia elétrica com 33 empresas foi o setor com maior lucro acumulado no 4º trimestre de 2020 com R$ 18,7 bilhões, porém valor inferior se comparado com o setor de bancos que no mesmo período lucrou R$ 26,3 bilhões.

Ano – A receita líquida de 294 empresas não financeiras em 2020 foi de R$ 1,99 trilhão, resultado 9,6% superior ao acumulado de 2019. O lucro Ebit antes de despesas financeiras foi de R$ 229,4 bilhões, montante 13% maior ao do ano anterior.

O desempenho operacional geral foi positivo e composto pelos juros da dívida e pela variação cambial. Em 2020 o dólar registrou valorização de 28,93%, impactando a dívida e ativos das empresas em dólares, ocasionando uma despesa de R$ 73 bilhões. Em 2019 o resultado financeiro foi de R$ 76,1 bilhões, logo a alta foi de 82,2%.

No ano passado, o lucro líquido foi de R$ 61,9 bilhões contra R$ 97,9 bilhões em 2019, queda de -36,8%. E a rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) chegou a 6,10%.

Na divisão por setor,papel e celulose e transportes e serviços registram prejuízos de mais de R$ 10,0 bilhões em 2020, enquanto as áreas de energia elétrica e alimentos e bebidas têm lucros superiores a R$ 20 bilhões.

Com isso, oito dos 24 setores não financeiros apresentaram prejuízo no ano que passou e o lucro de 22 bancos no ano de 2020 somou R$ 26,2 bilhões – o segundo melhor registro comparando com as empresas não financeiras, abaixo somente do setor de energia elétrica que teve lucro de R$ 46,2 bilhões.

As não financeiras mais as financeiras, 327 empresas no total, registram lucro de R$ 90,0 bilhões – R$ 39,0 bilhões inferior a 2019 ou -30,3% abaixo. Considerando Petrobras e Vale, a queda de lucratividade em 2020 frente a 2019 torna-se de -41,2%.

Ranking A lista das 20 empresas mais lucrativas em 2020 é liderada pela Vale com R$ 26,7 bilhões, seguida pelo ItauUnibanco com R$ 18,9 bilhões e Bradesco com R$ 16,5 bilhões.

Entre as 20 mais lucrativas temos cinco bancos, quatro de energia elétrica, três de alimentos e bebidas, mineração e petróleo e gás com duas empresas cada um e outros quatro setores com uma empresa cada.

Já entre as empresas com maiores prejuízos em 2020, os setores de transporte e serviços e veículos e peças têm três empresas cada um na amostra da Economatica. Os setores de comércio, papel e celulose e outros aparecem com duas empresas cada um e outros oito setores participam com uma empresa cada.  

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