Lucro líquido do Banco do Brasil apura queda de quase 24% no 2º trimestre

Brasília – O Banco do Brasil (BB) registrou lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre deste ano, resultado 23,7% menor do que em igual período de 2019 (R$ 4,2 bilhões). Os números foram divulgados ontem em Brasília.
No primeiro semestre, o lucro líquido somou R$ 6,413 bilhões, queda de 21,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
O lucro líquido ajustado, que não considera eventos extraordinários, chegou a R$ 6,7 bilhões no primeiro semestre de 2020, redução de 22,7% em relação a igual período de 2019. No primeiro semestre, o BB informou que realizou antecipação prudencial em suas provisões de crédito, que resultou em reforço de R$ 4 bilhões.
No segundo trimestre, o lucro líquido ajustado chegou a R$ 3,3 bilhões, com recuo de 25,3% em relação ao mesmo período de 2019, quando foi registrado resultado de R$ 4,4 bilhões.
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Segundo o BB, apesar da queda do lucro, a geração de negócios permaneceu forte devido ao “crescimento da carteira de crédito com um mix adequado, o controle de gastos e a redução de despesas com risco legal”.
O banco disse que os efeitos da pandemia sobre a economia implicaram na redução da demanda por produtos e serviços, o que impactou as receitas com prestação de serviços, tanto na comparação trimestral quanto na semestral.
“Mesmo diante desse cenário, na comparação semestral (primeiro semestre deste ano contra igual período de 2019), os segmentos de administração de fundos, seguros, previdência e capitalização e consórcios apresentaram bom desempenho, fruto da oferta qualificada de produtos e serviços, inclusive nos meios digitais. Na comparação trimestral (segundo trimestre contra o primeiro deste ano), destaque para as receitas com mercado de capitais, que tiveram crescimento de 49,9%, explicado pela retomada gradual desse mercado, onde a estratégia de atuação do BB permanece forte”, disse o banco.
Crédito – A carteira de crédito ampliada (empréstimos mais as operações com títulos, valores mobiliários privados e garantias) totalizou R$ 721,6 bilhões, crescimento de 5,1% em 12 meses.
A carteira para pessoas físicas subiu 5,3% na comparação com junho. “Destaque para o desempenho positivo em crédito consignado, que evoluiu 14,6% em 12 meses, e da linha empréstimo pessoal, que cresceu 15,9% no mesmo período e alcançou R$ 11,3 bilhões”, disse o banco.
A carteira de crédito ampliada para pessoas jurídicas teve alta de 5,3% na comparação anual e totalizou R$ 271,4 bilhões. A carteira para micro, pequenas e médias empresas avançou 10,3% em 12 meses, puxada pelo aumento de 27,7% no capital de giro.
A carteira rural ampliada apresentou desempenho positivo de 2,4% na comparação anual, totalizando R$ 174,4 bilhões. “Destaque para a carteira para produtores pessoas físicas, que cresceu 5,4%. O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) completou dez anos em 2020 com desembolso superior a R$ 15,4 bilhões. O programa financia projetos de investimento que contribuam para a redução da emissão dos gases de efeito estufa”, ressaltou o BB.
Prorrogações e renegociação – Entre 16 de março e 30 de junho, mais de 1,7 milhão de operações foram prorrogadas, com saldo de R$ 71,8 bilhões, o que representa 11,6% da carteira de crédito interna. Desse montante, 98,8% não tinham histórico de atraso nos últimos 12 meses. Além disso, 69,1% estão atreladas a garantias e a mitigadores. O tempo médio de relacionamento dos clientes que prorrogaram operações é de 14 anos.
De acordo com o banco, foram registrados mais de R$ 171,5 bilhões em desembolso de crédito, incluindo operações novas, renovações, prorrogações e renegociações.
“Destaque para o desembolso de R$ 5 bilhões do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que foram disponibilizados para mais de 80 mil clientes entre os dias 1° e 10 de julho”, informou a instituição.
O índice de inadimplência superior a 90 dias sofreu queda de 0,36 ponto percentual frente a março de 2020, alcançando 2,84% em junho, total inferior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional (2,9%). (ABr)
Estatal avalia divisão de ativos de cartões
São Paulo – O Banco do Brasil (BB) está conversando com o Bradesco sobre uma potencial divisão dos ativos do setor de cartões que ambos mantêm em conjunto, disse o presidente-executivo Rubem Novaes a jornalistas ontem.
As ações da Cielo, um dos ativos controlados pelos bancos conjuntamente, aceleraram os ganhos após a declaração.
Além da Cielo, BB e Bradesco são sócios na bandeira de cartões Elo, na empresa de benefícios a funcionários Alelo, no programa de fidelidade Livelo, na empresa de pagamento automático de pedágios Veloe e na emissora de cartões Digio.
Novaes, em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre, disse que o BB contratou uma empresa de consultoria para ajudar nas negociações, mas acrescentou que os sócios enfrentarão desafios na avaliação das empresas de pagamentos.
O executivo, que já anunciou que planeja deixar o cargo, recusou-se a divulgar como os ativos poderiam ser divididos.
André Brandão, chefe de bancos e mercados globais das Américas no HSBC, foi escolhido pelo governo para substituí-lo, disse uma fonte à Reuters na semana passada. (Reuters)
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