Lucro líquido do Santander Brasil tem expansão de 34,3%

São Paulo – O lucro líquido do terceiro trimestre do Santander Brasil saltou 34,3% em uma base anual, para R$ 3,66 bilhões, informou nesta terça-feira (29) o banco, em um desempenho acima das previsões do mercado. A média de previsões de analistas compilada pela LSEG indicava lucro líquido de R$ 3,50 bilhões.
O banco teve um crescimento de 6% na carteira de crédito ampliada, enquanto a provisão para crédito avançou cerca de 5%, ambos na comparação anual. Já a inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias se manteve em 3,2% no terceiro trimestre ante os três meses imediatamente anteriores, mas mostrou leve incremento na comparação com os 3% do período de julho a setembro de 2023.
Enquanto isso, o índice de eficiência, que mede a relação das despesas ante o que o banco ganha com seus serviços, voltou a apresentar melhora, encerrando o trimestre passado em 38,9% ante 39,3% no período de abril a junho e 42,5% um ano antes.
O balanço do Santander Brasil é o primeiro a ser divulgado nesta temporada de resultados dos grandes bancos listados do País. Como comparação, o Itaú Unibanco, que programou sua divulgação de números do terceiro trimestre para a próxima segunda-feira, teve um índice de eficiência de 38,8% no segundo trimestre.
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Segundo o Santander Brasil, que há meses vem se reestruturando para dar foco ao que chama de “principalidade” entre os clientes, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (Roae) foi de 17% no terceiro trimestre, melhorando ante os 15,5% do segundo trimestre e dos 13,1% de um ano atrás.
O banco teve um crescimento de 15,8% na margem financeira bruta, com a receita total avançando 15,1%, enquanto as despesas gerais subiram 5,9% sobre o terceiro trimestre do ano passado.
O Santander Brasil terminou setembro com 55.035 funcionários ante 55.739 há um ano. No período, o número de agências encolheu em 254 pontos, para 1.292.
Postura conservadora
O banco Santander Brasil deve continuar nos próximos trimestres com uma postura conservadora na expansão de sua carteira de crédito, em meio aos esforços do banco para ganhar rentabilidade e diante dos sinais de piora do ambiente macroeconômico do País, afirmou nesta terça o presidente-executivo da instituição financeira, Mario Leão.
“Podemos esperar que, dada essa gestão clínica de alocação de capital,. provavelmente na prática vou ter um ‘mid single digit’ (em torno de 5%) do que um ‘high single digit’ (entre 7% e 9%) como o mercado provavelmente vai crescer”, disse o executivo em conferência com analistas após a publicação do resultado do terceiro trimestre do banco.
No período, a carteira de crédito ampliada do Santander Brasil cresceu 6% sobre um ano antes. Segundo o presidente do Santander Brasil, “o mercado deteriorou, já está antecipando deterioração da inflação, de juros e de tudo o que vem junto com isso. Não acredito em crescimento em modo sprint, mas em modo maratona”, afirmou referindo-se à carteira de crédito.
Leão citou que o Santander Brasil, que segue estratégia de elevar retornos com comissões, preços e oportunidades de venda cruzada de produtos aos clientes do banco, não vai crescer ou vai até reduzir a carteira de consignado INSS enquanto nos negócios da financeira, marcada por empréstimos para aquisição de veículos, o banco “não tem vontade nenhuma” de desacelerar.
Já no portfólio voltado a grandes empresas, o banco vai continuar sendo “seletivo”, afirmou o executivo do banco. “Quando a concorrência ficar um pouco mais saudável vou estar mais leve para expandir de novo”, ressaltou o presidente-executivo do Santander Brasil.
Reportagem distribuída pela Reuters
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