Finanças

CEO da Mastercard explica como pretende acabar com senhas e números de cartões até 2030

Em até cinco anos, soluções de tokenização e autenticação biométrica vão ser solicitados para a confirmação de pagamentos
CEO da Mastercard explica como pretende acabar com senhas e números de cartões até 2030
Executivo conversou com a reportagem do Diário do Comércio | Crédito: Divulgação Mastercard

Ao longo dos anos, a Mastercard tem sido globalmente conhecida por estar entre os líderes no setor de cartões de crédito. Durante esse período, a companhia se firmou como uma fornecedora de soluções tecnológicas como a oferta de pagamentos em tempo real. Agora, uma das principais apostas da empresa é acabar com o uso de senhas e números em seus cartões.

Em entrevista ao Diário do Comércio, o presidente da Mastercard Brasil, Marcelo Tangioni, falou sobre a guinada da empresa em propor inovações e fomentar uma mudança de cultura.

“Estamos liderando a transição para um futuro sem senhas, eliminando a necessidade de inserção manual de dados de cartão e senhas temporárias até 2030. Para isso, estamos combinando tokenização (tecnologia introduzida há mais de uma década para proteger dados sensíveis) com autenticação biométrica, garantindo pagamentos mais seguros, ágeis e convenientes”, adianta.

Questionado, Tangioni explicou como deve implementar essa transição e quais as principais etapas desse processo.

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“Vamos criar um ecossistema digital onde os dados pessoais permaneçam protegidos no próprio dispositivo do consumidor. Tecnologias como o Click to Pay, que já simplificam o processo de checkout, vão permitir que os consumidores concluam as compras on-line com poucos cliques, sem a necessidade de inserir manualmente os dados do cartão”, diz.

Segundo ele, essa mudança vai minimizar índices de atritos ao melhorar a experiência de compra.

“Já o Passkey, que é uma tecnologia lançada no final do ano passado, utiliza a biometria (como reconhecimento facial ou impressão digital) e a tokenização para autenticar transações diretamente no dispositivo do usuário, eliminando a dependência de senhas estáticas e aumentando a segurança”, explica o presidente da Mastercard Brasil.

Transição para autenticação biométrica

Dentro da premissa de evitar situações de desgastes entre operadoras e clientes, Marcelo Tangioni afirma que a empresa trabalha para que a transição para a autenticação biométrica ocorra de forma suave e intuitiva ao longo dos próximos cinco anos, com especial atenção àqueles que possam ter dificuldades com novas tecnologias.

Essa transição para a autenticação biométrica será intuitiva e natural, seguindo essa mesma lógica de evolução dos pagamentos por aproximação. Em conjunto com os emissores, trabalhamos no processo de educar”, pontua.

Logo do mastercard em um cartão de crédito
Crédito: REUTERS/Thomas White

Veja quais funções devem substituir os tradicionais números e senhas de cartões

  • Tokenização: essa ferramenta protege dados sensíveis substituindo os dados dos cartões por credenciais dinâmicas e exclusivas para cada comércio ou carteira digital. Essa tecnologia tem um papel importante na redução de fraudes, e aumenta as taxas de aprovação das transações entre 3 e 6 pontos percentuais.
  • Autenticação Biométrica: a tecnologia faz o reconhecimento facial e a impressão digital do usuário do cartão para criar uma experiência de pagamento mais ágil e segura. Essa é a solução que vai acabar com as senhas ou códigos de uso único.
  • Simplificar o “Guest Checkout: o formato de “compra como convidado”, que permite que os consumidores façam uma compra on-line sem a necessidade de criar uma conta, será simplificado com o Click to Pay. Este é o produto que cumprirá o papel de acabar com a entrada manual dos dados dos cartões, onde o consumidor (ou o banco) salva as credenciais tokenizadas do cartão uma única vez, possibilitando compras com “apenas um clique” em todos os comércios que possuem a solução habilitada.

Executivo quer mostrar que a tecnologia vai além do cartão

“Nos últimos anos, investimos mais de US$ 7 bilhões no desenvolvimento do nosso portfólio de tecnologia e cibersegurança, além da aquisição de 16 empresas especializadas em prevenção de fraudes, incluindo Nudata, Ekata e RiskRecon. Mais recente, em setembro de 2024, fortalecemos ainda mais essa estratégia quando tivemos a aquisição da Recorded Future por US$ 2,6 bilhões, expandindo nossa capacidade de análise de ameaças em tempo real”, detalha Marcelo Tangioni.

Tais investimentos combinados à inteligência artificial (IA), assim como a tokenização e a criptografia, devem ajudar a identificar e mitigar riscos de maneira proativa.

O presidente da Mastercard Brasil exemplifica: “a ferramenta da Mastercard, o Decision Intelligence Pro, por exemplo, utiliza a IA generativa para acelerar em 300% a resposta para fraudes. Essa ferramenta aumenta a segurança das transações digitais. Adicionalmente, as plataformas como Safety Net já evitaram um prejuízo que poderia chegar a mais de US$ 20 bilhões em fraudes no último ano, demonstrando o impacto prático dessas inovações”.

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