Monitor do PIB cresceu 4,7% no ano passado, aponta a FGV

O Monitor que sinaliza o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 4,7% em 2021. Pela ótica da produção, todos os três grandes setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços) cresceram no ano, com taxas, respectivamente, 0,6%, 4,4% e 4,7%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, a economia brasileira em 2021 compensou a queda de 2020 crescendo 4,7%, graças, principalmente, ao crescimento do setor de serviços em virtude da vacinação contra a Covid-19. Todos os componentes, tanto da oferta como da demanda apresentaram crescimento.
De acordo com o economista, pelo lado da oferta os destaques foram construção, transportes, serviço de informação e outros serviços. Pelo lado da demanda, o destaque foi a formação bruta de capital fixo, com seus três elementos crescendo fortemente, destacando-se máquinas e equipamentos.
A formação bruta de capital fixo cresceu 16,7% em 2021, em comparação a 2020. O componente de máquinas e equipamentos, que anteriormente havia sido o principal responsável pela queda dessa atividade no ano anterior, apresentou crescimento de 21,1% em 2021, contra queda de 3,6% em 2020.
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Segundo o pesquisador, o consumo das famílias, componente com maior participação na demanda, apresentou crescimento de 3,4% com destaque para o consumo de bens semiduráveis. A indústria apresentou crescimento de 4,4% em 2021, enquanto no ano anterior a queda foi 3,4%. Os principais responsáveis por esse crescimento foram os componentes da construção e transformação que cresceram, respectivamente, 9,0% e 4,6% em 2021.
“A despeito do crescimento deste ano, o PIB é inferior ao registrado em 2013. Por sua vez, o PIB per capita de 2021 com valor de R$ 40.712,42 é inferior ao valor de R$ 41.069,01, anterior à pandemia (2019), e inferior ainda ao valor de 2010, de R$ 42.348,22”, disse em nota, Claudio Considera.
Na análise trimestral, o PIB apresentou, na série com ajuste sazonal, crescimento de 0,7% no quarto trimestre, em comparação ao terceiro trimestre. Em relação ao quarto trimestre de 2020, o PIB apresentou crescimento de 1,9%.
Comércio exterior –Ainda de acordo com a FGV, a exportação brasileira apresentou crescimento de 5,4% em 2021, em comparação a 2020. Os segmentos exportáveis que apresentaram maior crescimento foram bens de consumo semiduráveis (32,7%), bens de consumo duráveis (31,3%), bens de capital (23,0%) e serviços (16,4). Os únicos componentes que apontaram retração foram os produtos agropecuários (1,3%) e bens de consumo não duráveis (1,3%). No ano anterior essa atividade havia apresentado retração de 1,8%. (Com informações da ABr)
IGP-10 sobe 1,98% impulsionado por commodities
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,98% em fevereiro. No mês anterior, o índice havia registrado alta de 1,79%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 3,80% no ano e de 16,69% em 12 meses. Em fevereiro de 2021, o índice subira 2,97% no mês e acumulava elevação de 28,17% em 12 meses. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Os grandes destaques para a aceleração da taxa do IGP são importantes commodities e combustíveis, cujas principais são: minério de ferro (8,06%), soja (7,32%), milho (9,22%) e óleo Diesel (7,71%). A contribuição dessas quatro principais responde por 65% do resultado do IPA”, afirma o coordenador dos Índices de Preços, André Braz.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,51% em fevereiro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 2,27%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de 0,75% em janeiro para 0,89% em fevereiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -2,14% para 2,49%. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,69% em fevereiro. No mês anterior, a taxa foi de 0,87%.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,55% em janeiro para 1,89% em fevereiro. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -1,31% para 6,51%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,13% em fevereiro, após variar 0,86% no mês anterior.
O índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 5,43% em janeiro para 4,50% em fevereiro. As principais contribuições para o recuo da taxa partiram dos seguintes itens: minério de ferro (24,56% para 8,06%), bovinos (2,73% para 1,62%) e cana-de-açúcar (1,53% para 0,83%). Em sentido ascendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens soja em grão (2,92% para 7,32%), milho em grão (2,86% para 9,22%) e algodão em caroço (-1,51% para 10,13%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,39% em fevereiro. Em janeiro, o índice havia apresentado taxa de 0,40%. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Habitação (0,74% para 0,11%), Vestuário (1,31% para 0,51%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,15% para 0,05%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,63% para -1,44%), roupas (1,51% para 0,50%) e plano e seguro de saúde (-0,07% para -0,48%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (-0,26% para 0,18%), Alimentação (0,88% para 1,09%), Comunicação (0,00% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (0,38% para 0,50%) e Despesas Diversas (0,10% para 0,20%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: licenciamento – IPVA (0,00% para 3,71%), hortaliças e legumes (-1,63% para 8,19%), tarifa de telefone residencial (0,00% para 2,77%), cursos formais (2,29% para 4,08%) e conselho e associação de classe (0,46% para 2,06%).
INCC – O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,61% em fevereiro. No mês anterior a taxa foi de 0,50%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (0,91% para 0,75%), Serviços (0,97% para 1,66%) e Mão de Obra (0,05% para 0,28%).
Indicador Ipea aponta para nova desaceleração inflacionária
Rio – O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda aponta para uma nova desaceleração inflacionária para todas as faixas de renda. As famílias de renda alta registraram a menor taxa de inflação no período (0,34%). O segmento que apresentou a maior inflação em janeiro deste ano foi o das famílias com renda muito baixa (0,63%).
Os dados de janeiro foram divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“Na comparação com janeiro do ano passado, houve alta da inflação para todas as faixas, sendo que o impacto foi maior para classe de renda mais baixa, cuja inflação em janeiro deste ano (0,63%) foi o triplo da apontada em janeiro de 2021 (0,21%)”, comparou a pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras, autora do indicador mensal.
No acumulado em 12 meses, as famílias de renda média baixa tiveram a maior alta inflacionária, uma taxa de 10,8%, um pouco superior à registrada pela faixa de renda muito baixa (10,5%) e acima da faixa de renda alta (9,6%).
Segundo o Ipea, em janeiro, na análise dos dados desagregados, enquanto todos os grupos de bens e serviços pressionaram a inflação das duas classes de renda mais baixas, o grupo transporte trouxe alívio inflacionário para as demais faixas.
Apesar do grupo alimentos e bebidas ser o principal foco da inflação para todas as classes, o impacto segue mais intenso para as famílias da faixa muito baixa (com renda domiciliar menor que R$ 1.808,79). Mesmo diante das deflações da energia (-1,1%), do gás de botijão (-0,73%) e da gasolina (-1,1%), os reajustes dos aluguéis (1,5%) e das tarifas de ônibus urbano (0,22%), intermunicipal (0,56%) e interestadual (1,6%) resultaram em impactos inflacionários para as famílias de menor renda, nos grupos de habitação e transporte.
No caso das famílias da faixa mais alta (com renda domiciliar maior que R$ 17.764,49), o aumento dos serviços de recreação, como pacote turístico (2,7%), hospedagem (2,0%) e cinema (1,9%) foram os principais responsáveis pela contribuição positiva exercida pelo grupo despesas pessoais, em janeiro deste ano.
De acordo com o estudo, a queda dos combustíveis – gasolina (-1,1%) e etanol (-2,8%) –, das passagens aéreas (-18,4%) e do transporte por aplicativo (-18%) fez com que o grupo transportes trouxesse alívio inflacionário para a faixa de renda mais alta.
A alta menos intensa no preço das hortaliças e verduras (3,1%), frutas (2,7%) e do café (0,32%) em 2021, a deflação das carnes (-0,32%), do vestuário (-0,07%) e, sobretudo, da energia elétrica (-5,6%) explicam o desempenho mais favorável da inflação para as famílias de renda muito baixa. (ABr)
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