Mulheres batem recorde em investimentos e ampliam protagonismo financeiro

O número de mulheres no mercado de investimentos atingiu patamares recordes em 2024, um movimento que vai além das estatísticas e reflete uma profunda transformação no papel feminino na economia. Dados recentes mostram um crescimento de 15% no número de investidoras no Tesouro Direto e uma alta de 7% na Bolsa de Valores, consolidando a busca por autonomia financeira como ferramenta de poder e liberdade para o público feminino.

De acordo com os dados de dezembro de 2024, o Tesouro Direto registrou 1.049.097 CPFs femininos, enquanto na renda variável o número alcançou a marca histórica de 1.381.426 investidoras. Para a especialista da Fractal Investimentos, Emília Castro Belo, esses números são o resultado de uma mudança social em curso. “Historicamente, as mulheres foram afastadas das decisões financeiras. Hoje, elas não só conquistaram seu espaço no mercado de trabalho como também estão assumindo o controle de suas finanças com disciplina e visão de longo prazo”, afirma.

A ascensão acompanha um contexto social de maior independência e liderança feminina. Com mais mulheres empreendendo e tomando as rédeas de sua vida financeira, investir deixou de ser uma opção para se tornar parte essencial do planejamento de vida, garantindo segurança, estabilidade e, acima de tudo, poder de escolha.

“Não estamos falando apenas de uma tendência, mas de uma mudança estrutural”, ressalta Emília Castro Belo. “A mulher que hoje investe é a mesma que lidera equipes, sustenta lares e busca ativamente o controle de seu futuro. O acesso à educação financeira e à tecnologia derrubou barreiras, mas o verdadeiro motor é uma nova mentalidade: a de que a autonomia financeira é um pilar indispensável para a liberdade. Elas estão reescrevendo seu papel na economia, não mais como coadjuvantes, mas como protagonistas da própria história financeira.”

Segundo a especialista da Fractal Investimentos, quatro fatores principais impulsionam esse movimento:

• Educação financeira acessível: a democratização do conteúdo sobre finanças, especialmente por influenciadoras e especialistas mulheres, criou redes de apoio que falam a mesma língua.
• Representatividade e inspiração: ver outras mulheres investindo, ensinando e liderando no mercado financeiro serve como um poderoso estímulo.
• Tecnologia como aliada: plataformas digitais e aplicativos simplificaram o acesso aos investimentos, permitindo que mulheres com perfis e rendas diversas comecem a construir seu patrimônio.
• Mudança de mentalidade: a transição do papel de cuidadora do lar para gestora do próprio patrimônio reflete uma redefinição de prioridades com foco em estratégia e disciplina.

Apesar do crescimento expressivo, as mulheres ainda são minoria no universo dos investidores, o que sinaliza um vasto potencial de expansão. “A presença feminina no mercado financeiro é reflexo da conquista de voz e espaço em uma sociedade que caminha para um maior equilíbrio, consolidando o investimento como uma das ferramentas mais potentes para a construção da independência feminina”, complementa.