Finanças

O que há de novidade no setor financeiro para 2024?

A falta de planejamento financeiro costuma ser um dos principais vilões da longevidade de um negócio
O que há de novidade no setor financeiro para 2024?
Crédito: Reprodução Adobestock

Lidar com as complexidades das rotinas do ambiente financeiro é um desafio. Segundo especialiistas, em 2024, ofertar respostas pertinentes às demandas internas e externas de uma grande empresa, vai exigir a implementação de recursos tecnológicos cada vez mais avançados. Segundo eles, as inovações para o setor surgem como forma de respaldar os esforços para uma boa saúde dos negócios.

A evolução das tecnologias para o setor, não apenas redefine as operações e serviços financeiros, mas também estabelece novos paradigmas para a gestão corporativa, conforme aponta a Analista Sênior de Finanças do grupo de gestão, Epar, Maria Maia. As ferramentas como inteligência artificial, aprendizado de máquina, blockchain e análise de dados, estão no centro dessa transformação constante. Elas permitem que as empresas obtenham insights mais profundos, otimizem processos e aumentem a segurança das transações.

Para a especialista, casos ocorridos em 2023, das crises financeiras de gigantes do varejo como as Lojas Americanas e a Magalu, além da rede de telecomunicações Oi, mostraram a importância de os negócios colocarem o segmento contábil de suas operações numa lupa. E, neste sentido, segundo ela, fazer a gestão financeira por meio de um sistema de automação pode ajudar a estabelecer a segurança dos processos e preservar a sustentabilidade, além de garantir uma reputação favorável dos negócios.

“Acredito que a automação de dados é a forma de modernizar as operações de uma empresa, pois utiliza um sistema especializado na área de gestão. Hoje, podemos dizer que a combinação perfeita seria uma equipe qualificada juntamente com a automação. Afinal, de nada adianta ter a disposição um software sofisticado sem bons profissionais para operacionalizá-los”, alerta Maria Maia.

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Plataformas investem em recursos para o setor financeiro

A sinergia também se destaca entre as tendências quando se trata de fintechs. Em 2024, é esperado que as plataformas que servem como centros de tecnologia, consolidando diversas funcionalidades, conquistem ainda mais proeminência.

“O setor financeiro tem algumas particularidades que exigem esse tipo de solução. Tecnologias que funcionem de forma integrada, unindo uma solução de core banking e internet banking, por exemplo, com um trabalho de consultoria regulatória, têm sido cada vez mais valorizadas”, aponta o CEO da techfin CashWay, Felipe Santiago.

Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o setor fintech e startups na América Latina expandiu em 112% entre 2018 e 2021. No último ano, as fintechs brasileiras angariaram R$ 9 bilhões em investimentos, majoritariamente em rondas seed.

“O renascimento do entusiasmo do mercado de investimentos é a notícia mais relevante e as fintechs possivelmente comandarão em termos de montante de capital e de número de transações. Destaca-se ainda a criação de novos produtos e serviços financeiros, empregando inteligência artificial generativa, e a iniciativa do Banco Central com o real digital (Drex) que agitam consideravelmente o setor”, diz o líder da Darwin Startups, Marcos Mueller.

Ativos de propulsão e inovação

Conforme projeções da Future Market Insights, o comércio global de tokenização vislumbra um crescimento anual composto de 22.6% na próxima década. No território brasileiro, o Banco Central antecipa para 2024 o lançamento do Real Digital, o Drex, que adota a tokenização para viabilizar, por exemplo, a execução automatizada de operações financeiras por meio de contratos inteligentes e a transmissão simultânea de capital e ativos.

“Para atender ao novo cenário da moeda digital, a tendência para o mercado financeiro é a realização de testes em ambientes isolados, chamados de sandbox. Esses ambientes permitem a simulação de uma série de operações que serão viabilizadas pelo Real Digital. Entre elas, estão os contratos inteligentes – os smart contracts – além da tokenização de ativos como títulos privados, debêntures, imóveis, entre outros”, observa o diretor-executivo da RTM, André Mello.

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O Drex, projeto de moeda digital de banco central (CBDC), criado e operado pelo BC, propiciará acesso seguro e democrático aos benefícios da digitalização | Crédito: Adobe Stock

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, levanta a hipótese de que, até o final de 2024, um mega aplicativo poderia consolidar-se. Essa ferramenta, criada pela própria autarquia, concentraria em um único ambiente as informações de todas as contas de um indivíduo, atuando como um organizador financeiro.

Se a ideia se concretizar, poderá tornar obsoletas as aplicações móveis dos bancos atuais. Na visão crítica do diretor de produto da Franq, Daniel Ferretti, essa ambição de substituir os apps vigentes pode procrastinar o surgimento do mega app. Ele recorda as falhas de bancos e fintechs em estabelecer o chamado agregador de contas.

“Dificilmente o BC irá conseguir esta façanha e substituir completamente um canal tão importante para os bancos, que já capturam mais de 80% do volume de transação através de seus canais digitais, sendo o aplicativo o mais relevante deles”, argumenta o especialista.

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