Oncoclínicas pode perder R$ 433 milhões após liquidação do Banco Master
Após a liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central, a Oncoclínicas do Brasil Serviços Médicos S.A. informou, nesta terça-feira (18), que os cerca de R$ 433 milhões em certificados de depósito bancário (CDBs) que mantinha na referida instituição venceram antecipadamente nesta data.
Deste total, a companhia mineira especializada no tratamento de câncer já havia previsto perda de R$ 217 milhões há dois meses. Agora, os R$ 216 milhões restantes também podem entrar em provisão, segundo a Oncoclínicas. Para evitar a situação, a empresa declarou que tomará medidas para compensar parte das perdas.
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Perdas previstas pela Oncoclínicas aumentaram
Em 30 de setembro de 2025, diante do “rebaixamento do crédito dessas instituições financeiras (Banco Master e Banco Master de Investimento) junto à agência de classificação de risco, ocorrido durante os meses de setembro e outubro, e em linha com a observância às normas contábeis”, a Oncoclínicas já havia provisionado o montante de, aproximadamente, R$ 217 milhões em suas demonstrações financeiras. Ou seja, já havia previsto a perda desse valor.
Nesta terça, porém, após a liquidação extrajudicial da instituição financeira, a Oncoclínicas divulgou aos seus acionistas e ao mercado em geral que, em continuidade ao fato relevante divulgado em 22 de outubro de 2025, atualizou o quadro de conhecimento sobre a situação do Banco Master. No documento, a Oncoclínicas afirmou que a totalidade de aproximadamente R$ 433 milhões venceu antecipadamente, em sua integralidade, na data de hoje.
“Dessa forma, a exposição contábil, na data de hoje, líquida do provisionamento já efetuado, é estimada em aproximadamente R$ 216 milhões”, completou. Ou seja, como já havia previsto perda de R$ 217 milhões, com a liquidação do banco, a empresa ampliou a estimativa de perdas para os R$ 216 milhões que restavam.
Medidas cabíveis para reverter quadro
No mesmo texto, a Oncoclínicas do Brasil informou que, “com base nos termos e condições do Instrumento de Repactuação assinado entre as partes”, o que foi informado no fato relevante de 22 de outubro de 2025, a companhia tomará “todas as medidas cabíveis” para diminuir as perdas.
Entre as ações, estão medidas visando à “formalização e exercício da opção de compra sobre as cotas de Tessália Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e Quíron Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (“FIPs”) – fundos de investimento detentores de ações de emissão da Oncoclínicas, cujo valor na data de hoje, considerando a cotação de fechamento ONCO3 na data de ontem, equivale a aproximadamente R$ 203 milhões”.
Oncoclínicas cancelou contrato e vendeu hospital
Em fato relevante divulgado na quinta-feira passada (13), a Oncoclínicas informou que firmou um acordo de distrato de contrato no valor de R$ 210 milhões para desenvolvimento e locação de um complexo hospitalar em Belo Horizonte com a Castelo Byblos Participações, afiliada da Cedro Participações.
Além disso, no mesmo dia, a companhia anunciou a venda, por R$ 130 milhões, de sua participação no Instituto Materno Infantil de Minas Gerais (Hospital Vila da Serra) para a Fundação Felice Rosso.
Banco Master foi liquidado e dono do empreendimento foi preso
Nesta terça, o Banco Central decretou liquidação do Banco Master. A liquidação é adotada quando o BC avalia que a situação da instituição financeira é irrecuperável. Nesse caso, o funcionamento da instituição é interrompido e ela é retirada do sistema financeiro nacional.
Um dia antes, o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso pela Polícia Federal em São Paulo.
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