Finanças

Operações da PF não afetam BTG Pactual

Operações da PF não afetam BTG Pactual
Guardia assumiu o gerenciamento de ativos do banco em julho - Crédito: Adriano Machado/Reuters

São Paulo – A divisão de gestão de recursos do Banco BTG Pactual continuou a registrar entrada de recursos apesar de operações recentes da Polícia Federal envolvendo a instituição, incluindo mandados de busca e apreensão, afirmou o presidente-executivo da BTG Pactual Asset Management, Eduardo Guardia, a jornalistas ontem.

“As buscas e apreensões agora foram completamente diferentes, sem nenhum impacto na gestão de ativos”, disse ele. “Tenho o entendimento de que as acusações são erradas. Não teve nenhum fato novo”.

Nos últimos três meses, a Polícia Federal fez duas operações de busca e apreensão na sede do maior banco de investimento independente da América Latina. Em agosto, as investigações foram relacionadas à venda de participações em campos de petróleo africanos ao BTG Pactual e, no início deste mês, o banco foi envolvido em suposto vazamento ilegal de decisões sobre taxas de juros para um fundo chamado Bintang.

Em um comunicado, o BTG disse à época que era apenas o administrador do fundo sob investigação e que não o administrava nem tomava decisões de investimento. O banco informou em agosto que não havia evidências de conduta ilegal.

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Guardia, ex-ministro da Fazenda, assumiu o comando da unidade de gerenciamento de ativos do BTG em julho para supervisionar um negócio que detém quase R$ 230 bilhões sob administração.

Andre Esteves, fundador do BTG Pactual, foi preso em 2015 em uma investigação relacionada a corrupção, mas foi absolvido. Esteves agora está pedindo ao Banco Central para restaurar o controle do banco.

Guardia prevê que os ativos sob gestão do BTG crescerão nos próximos 12 meses, já que diversos fundos no Brasil tendem a se beneficiar da recuperação gradual do País e das baixas taxas de juros. Ele não forneceu orientação específica sobre crescimento.

Como os indivíduos têm buscado retornos mais altos fora dos fundos simples de títulos públicos do governo, Guardia disse que a unidade de gerenciamento de ativos do BTG está considerando o lançamento de fundos de classes alternativas de ativos, incluindo fundos de private equity e infraestrutura na América Latina. (Reuters)

Guardia considera reforma administrativa prioritária

São Paulo – O economista Eduardo Guardia, ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer e agora presidente da gestora do BTG Pactual, afirmou que, se estivesse na equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), apostaria primeiro na reforma administrativa e deixaria para uma próxima etapa a tributária.

“Você não consegue fazer tudo ao mesmo tempo. É difícil, complexo. Pega Previdência, ficamos discutindo dois anos e não conseguimos aprovar. São quase três anos e meio discutindo um tema que é óbvio”, disse Guardia, sem citar as circunstâncias que levaram ao atraso na reformulação das regras de pensões e aposentadorias.

Em 2017, a reforma da Previdência travou no Congresso após Temer perder força política com a divulgação de uma conversa considerada suspeita entre ele e o acionista da JBS, Joesley Batista, gravada pelo próprio empresário.

Guardia também afirmou que a reforma hoje em tramitação no Senado e apresentada pela equipe do titular da pasta, Paulo Guedes, traz uma economia maior que a proposta durante a sua gestão.

O executivo do BTG afirmou ainda que foi correta a decisão do governo de priorizar a reforma da Previdência para “trazer temas complexos”. “Se eu tivesse lá, (focaria a) administrativa primeiro”, afirmou.

Ele acrescentou que a reforma tributária é mais complexa porque não existe consenso entre as propostas. “A gente sabe que ela não é neutra do ponto de vista de carga tributária. Vai ter ganhadores e perdedores”, acrescentou.

Guardia disse ainda que o governo caminha na direção correta do ponto de vista econômico e que as incertezas estão na velocidade de adoção das medidas.

Ele se juntou ao coro dos membros do mercado financeiro que começa a colocar em suas projeções a queda da taxa Selic para 4% no próximo ano – o consenso do banco ainda está em 4,5%, em linha com o mercado.

“4% é viável, mas precisa ver o andamento de tudo”, afirmou Guardia em sua primeira entrevista à imprensa após voltar para a iniciativa privada.

As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) estão em 0,8% neste ano e ao redor de 2% em 2020.

Segundo ele, o crescimento será sustentado pela queda de juros, também ecoando projeção do Itaú em sua revisão de cenário publicada na segunda-feira (14). (Folhapress)

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