Finanças

País registra saldo positivo de quase US$ 4 bi do fluxo cambial

País registra saldo positivo de quase US$ 4 bi do fluxo cambial
Crédito: Thomas White/Reuters

São Paulo – O fluxo cambial ao Brasil ficou positivo em quase US$ 4 bilhões em abril, puxado pela conta comercial, o que elevou o saldo no ano para mais de US$ 12,7 bilhões, mostraram dados do Banco Central ontem. O superávit no mês passado foi de US$ 3,990 bilhões, primeiro saldo positivo para o período desde 2018 (US$ 14,394 bilhões).

Nas operações comerciais (exportação menos importação), a sobra de dólares ficou em US$ 3,502 bilhões em abril. Na conta financeira – por onde passam investimentos em carteira, empréstimos e pagamento de dívida, por exemplo – houve ingresso líquido de US$ 488 milhões.

No ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 12,713 bilhões, o inverso do registrado no mesmo período do ano passado (-US$12,730 bilhões).

Essa virada foi patrocinada pela expressiva melhora no saldo financeiro, que saiu de rombo de US$ 32,519 bilhões no primeiro quadrimestre do ano passado para superávit de US$ 3,444 bilhões em 2021.

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Em 2020 houve saída líquida de recursos do Brasil, entre outras razões, pela crise da Covid-19 e por pré-pagamento de dívida por empresas domésticas, conforme a queda da Selic a mínimas históricas tornou mais atrativa a tomada de financiamento em moeda local.

Amenizada essa dinâmica, analistas têm mostrado mais otimismo sobre os números do fluxo cambial para este ano, em parte pelo rali das commodities -que tem elevado os termos de troca, o que beneficia a taxa de câmbio – e pela expectativa de que o progresso nas vacinações acelere o ritmo da recuperação econômica no segundo semestre, fortalecendo o cenário de investimentos no País.

Posição dos bancos – Com a melhora do fluxo, os bancos puderam reduzir posições vendidas em dólar no mercado à vista. Assim, o estoque caiu para US$ 16,932 bilhões, o menor desde fevereiro de 2019 (-US$15,953 bilhões).

Com a queda do dólar no mês passado, o Banco Central pôde não apenas evitar venda de moeda como também enxugar parte da liquidez disponibilizada. Assim, o BC tomou de volta US$ 1,600 bilhão referentes a linhas com compromisso de recompra e não vendeu divisa no mercado à vista.

Em março, entre essas duas modalidades de operação, o BC havia despejado no mercado US$ 7,985 bilhões.

Houve, porém, aumento do estoque de swaps cambiais – de US$ 74,573 bilhões para US$ 76,947 bilhões na passagem de março para abril -, o que acabou mais do que compensando o recuo dos valores nos demais instrumentos.

Dessa forma, a posição cambial líquida do BC – que tira das reservas operações no mercado de câmbio e outros – caiu para US$ 273,420 bilhões, a menor desde pelo menos janeiro de 2018. (Reuters)

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