Finanças

Petrobras e Vale puxam alta do Ibovespa

Petrobras e Vale puxam alta do Ibovespa
Na sexta, o índice subiu 0,35%, a 107.363,77 pontos, alcançando alta de 2,52%na semana - Crédito: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

São Paulo – O Ibovespa fechou esta sexta-feira (25), perto da pontuação recorde, chegando a superar os 108 mil pontos durante a sessão marcada por forte movimento de papéis de Petrobras e Vale.

O índice subiu 0,35%, a 107.363,77 pontos. A alta da semana foi de 2,52%. O volume financeiro da sessão somou R$ 17,4 bilhões. A divulgação de balanços do terceiro trimestre ditou o ritmo dos negócios, com bons resultados de Petrobras e Vale, enquanto Ambev trouxe números decepcionantes.

Na visão da equipe do BTG Pactual, a partir de agora investidores tendem a ficar no aguardo da divulgação de mais resultados para justificar novas compras. “O nosso viés segue de otimismo com o ambiente doméstico, uma vez que há expectativa de estabilidade fiscal”, afirmou.

No exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o país está indo muito bem nas negociações comerciais com a China. Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,4%, flertando com novo recorde. Na próxima semana, investidores aguardam reuniões do Fomc, nos EUA, e do Copom, ambas na quarta-feira, na expectativa de novos cortes nas respectivas taxas de juros.

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Entre os destaques estão a Petrobras PN e Petrobras ON que subiram 3,28% e 2,92%, respectivamente, após a companhia reportar lucro do terceiro trimestre 36,8% maior ante mesmo período de 2018, apesar da queda nos preços do petróleo, em meio a uma redução no custo de extração do pré-sal.

A Vale ON avançou 3,87%, reagindo à repercussão do balanço do terceiro trimestre, quando a mineradora teve lucro líquido de US$ 1,654 bilhão, alta de 17,5% ano a ano, com a forte geração de caixa da empresa permitindo redução da dívida líquida em US$ 4,4 bilhões no período.

A Ambeve ON desabou 8,29%, após reportar queda no lucro do terceiro trimestre ante mesmo período de 2018, refletindo vendas mais fracas no Brasil, enquanto os custos e as despesas gerais cresceram. A empresa citou que efeitos que impactaram o resultado vão persistir no quarto trimestre e que não vai embarcar no “comportamento atípico” de rivais que estão promovendo política de preços “não sustentável”.

A Usiminas PNA subiu 0,28%, mesmo após a empresa reportar prejuízo no terceiro trimestre e queda do Ebitda na comparação ano a ano, com analistas destacando crescimento na geração de caixa e elogiando equacionamento de dívida da companhia. Executivos também afirmaram durante teleconferência que a empresa deve elevar preços de aço até o final do ano no Brasil.

Dólar – O dólar voltou a cair frente ao real nesta sexta-feira, chegando a novamente ceder abaixo do suporte psicológico de R$ 4, em um dia positivo para ativos de risco no exterior e com expectativas de melhora no fluxo cambial local. O dólar à vista caiu 0,88%, a R$ 4,0094 na venda. É o menor valor para um fechamento desde 16 de agosto (R$ 4,0037 na venda).

Comentários da Petrobras de que tentaria minimizar impactos sobre o mercado de câmbio decorrentes de operações de antecipação de pagamentos de dívida externa também embalaram a queda do dólar, uma vez que a ação poderia reduzir o impacto do fluxo negativo gerado pelo pré-pagamento desses passivos.

Na semana, a moeda dos EUA acumulou a maior desvalorização desde o começo de fevereiro, conforme operadores viraram as atenções para a esperança de robustos ingressos de capital por ocasião dos leilões do pré-sal, marcados para o começo de novembro.

As áreas em oferta no leilão de 6 de novembro somam um bônus de assinatura total fixo de cerca de R$ 106,5 bilhões, que deverão ser pagos pelos vencedores do certame, tornando-se a maior rodada de licitações de petróleo da história, segundo as autoridades brasileiras.

As entradas desses recursos ajudariam a amenizar o saldo negativo do fluxo cambial, que em 12 meses até a parcial de outubro está em mais de US$ 30 bilhões. E também poderiam compensar saídas de dólares típicas de fim de ano, quando se aceleraram as remessas de lucros e dividendos por parte de empresas estrangeiras com filiais no Brasil.

O real foi beneficiado nesta semana também por sinais de melhora nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, antes da decisão de juros nos Estados Unidos (quarta-feira da semana que vem), para a qual se espera novo corte de taxa. Aqui, contudo, espera-se que o Banco Central também reduza a Selic –dos atuais 5,50% para 5,00%, o que seria uma nova mínima histórica.

O alívio do dólar nesta sessão foi amparado ainda pela sinalização do Banco Central de que continuará ofertando moeda no mercado à vista, atendendo demanda por liquidez nesse segmento. (Reuters)

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