Pix comemora cinco anos acelerando a digitalização de comércios e serviços
Ao completar cinco anos de lançamento, neste 16 de novembro, o Pix não só concretizou as promessas de que seria a maior ferramenta de transação financeira do Brasil, como promete trazer mais facilidade e novidades. As funcionalidades do sistema de pagamento instantâneo lançado pelo Banco Central (BC) em 2020 têm contribuído para a inclusão financeira, reduzido custos para empresas e consumidores e acelerado a digitalização do comércio e do setor de serviços.
De acordo com dados do BC, de janeiro até outubro, o Pix movimentou, R$ 25,1 trilhões em mais de 57,4 bilhões de transações, números que já quase superam os dados de todo o ano de 2024, quando foram registrados 63 bilhões de transações que movimentaram R$ 26,4 trilhões. Ao todo são 178 milhões de usuários cadastrados e uma média de 200 milhões transações diárias.
“Para se ter uma ideia, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2024 foi de R$ 11,1 bilhões, então, essencialmente, o Pix movimentou em 2024 dois PIB’s e meio. Realmente é um volume fantástico”, compara o Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, Renato Gomes.
No setor de comércios e serviços, a economista da Fecomércio-MG Gabriela Martins acredita que o Pix revolucionou a forma como os brasileiros realizam transações financeiras. “Em apenas cinco anos tornou-se o principal meio de pagamento eletrônico do País, superando o TED, o DOC e até cartões”, comenta.
Para ela, o Pix representa uma verdadeira revolução, que garantiu liquidez imediata, reduziu taxas de transações e facilitou vendas on-line e presenciais, tornando-se essencial para pequenos e grandes negócios.
Além disso, na avaliação da economista, o método de pagamento contribuiu para a formalização das transações e maior eficiência econômica ao aumentar a velocidade de circulação do dinheiro. “Apesar dos desafios como fraudes e a necessidade de reforço na segurança, o Pix se consolidou como uma infraestrutura estratégica para a economia brasileira”, afirma.
O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Fausto Izac, comenta que o Pix trouxe praticidade tanto para o empresário quanto para o consumidor, dando mais agilidade, reduzindo custos operacionais e maior segurança nas transações. “Com dinheiro entrando em tempo real na conta do comerciante, o empresário ganha fluxo de caixa, melhora a gestão financeira e consegue planejar melhor os investimentos”, explica.
Já para o consumidor, Izac avalia que o sistema de pagamento proporciona melhores experiências e praticidade. “O Pix trouxe uma experiência simples nas compras sem tarifas, sem filas, sem burocracia. Tudo feito a poucos toques no celular”, diz.
Fausto Izac ressalta ainda que, uma vez que o consumidor parou de transportar dinheiro, tanto eles quanto os comerciantes ficaram menos vulneráveis a roubos. “A gente manipulava um grande volume de dinheiro. Hoje, as lojas operam em torno de 15% na moeda física, o restante é por outros meios de pagamento, a segurança é muito maior”.
Outro ganho que Fausto Izac fez questão de pontuar foi o troco. “A gente tinha uma grande dificuldade e ainda tem com trocos. Agora, têm solução porque quase todos já operam o Pix e já se acostumaram com isso”, avalia.
De fato, conforme destaca Renato Gomes do Banco Central, o Pix realmente substituiu o dinheiro em espécie. Segundo ele, enquanto no terceiro trimestre de 2020, cerca de 1 trilhão de saques foram feitos no Brasil, quatro anos depois, em 2024, o número caiu 35%, passando para 660 milhões. “Isso foi bom para todos os envolvidos nos sistemas de pagamento no Brasil, a logística do dinheiro físico é muito custosa e trabalhosa. Isso tornou a vida de todo mundo mais fácil”, comenta.
Gomes relembra que era comum as pessoas sacarem todo o salário no início do mês, mas ao perceber a facilidade da ferramenta, o hábito têm reduzido. “Os bancos, inclusive, reduziram tarifas para atrair mais clientes”.
Inclusão financeira nos negócios
Apesar dos desafios iniciais, o Pix rapidamente se consolidou como referência em pagamentos instantâneos.
- 2021: Primeiro ano completo de operação, com adesão crescente de usuários e empresas. O sistema ultrapassou a marca de 1 bilhão de transações mensais.
- 2022 e 2023: Expansão acelerada, com o Pix superando o volume de transações de cartões de débito e se tornando protagonista no varejo físico e digital.
- 2024: Recordes de uso se tornaram rotina. Em 20 de dezembro de 2024, foram registradas 252,1 milhões de transações em apenas um dia.
- 2025: Ano das grandes inovações. O Banco Central lança o Pix Automático em junho, amplia o Pix por aproximação com tecnologia NFC, regulamenta o Pix Parcelado (em setembro e outubro) e implementa o botão de contestação para aumentar a segurança dos usuários.
Para o diretor de Negócios da Lina Open X, Murilo Rabusky, o protagonismo do Pix reflete uma mudança de comportamento importante, especialmente entre os mais jovens e microempreendedores. “A simplicidade da ferramenta, que dispensa maquininhas e taxas, tem sido determinante para impulsionar pequenos negócios, ampliar o acesso ao sistema bancário e estimular a digitalização da economia”, destaca.
O que vem por aí
Com a infraestrutura consolidada e a confiança dos usuários conquistada, o futuro do Pix aponta para ainda mais integração e inovação. Para os próximos anos, os especialistas preveem:
- expansão das operações internacionais
- maior integração com carteiras digitais
- aumento dos investimentos em segurança cibernética
- substituição gradual de boletos e outras formas de pagamento tradicionais
- consolidação como plataforma completa de gestão financeira
“O Pix se consolidou como uma infraestrutura estratégica para a economia e um exemplo global de sucesso, estudado por outros países como referência”, observa Gabriela Martins.
Em cinco anos, a ferramenta deixou de ser uma novidade para se tornar parte essencial da vida dos brasileiros. “Com isso, o Brasil caminha para consolidar um ecossistema que já oferece pagamentos à vista, recorrentes e parcelados, tudo dentro da mesma jornada. É uma transformação com potencial de impacto inclusivo profundo, e já tem servido de referência para outros países”, finaliza Rabusky.
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