Finanças

Preços ao produtor têm alta recorde de 28,3%

Apesar do incremento no acumulado de 2021, IPP apresentou recuo de 0,12% em dezembro, segundo o IBGE
Preços ao produtor têm alta recorde de 28,3%
Entre os fatores que influenciaram os preços aos produtores em 2021 está a variação cambial | Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

São Paulo – Os preços ao produtor no Brasil tiveram em dezembro a primeira queda em mais de dois anos, mas ainda assim fecharam 2021 com avanço recorde na série histórica iniciada em 2014 pressionados por fatores como câmbio, alta de matérias-primas e o clima.

Em dezembro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou recuo de 0,12% na comparação com novembro, quando houve alta de 1,46%. Foi o primeiro resultado negativo depois de 28 meses, de acordo com os dados de ontem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar disso, os preços na indústria fecharam o ano de 2021 com alta acumulada de 28,39%, taxa recorde, depois de avanço de 19,38% em 2020.

“Podemos enumerar, o câmbio (como fator para o resultado de 2021), cuja depreciação chegou a quase 10%; o comportamento do mercado ao longo do ano, com aumentos consideráveis no preço do minério de ferro, do óleo bruto de petróleo, de alimentos como açúcar e carne”, explicou o gerente do IBGE, Alexandre Brandão.

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Ele ainda destacou o impacto da pandemia nas cadeias produtivas, bem como o clima, explicando que o inverno foi rigoroso e causou problemas nas safras do açúcar e do café, por exemplo.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que as duas maiores quedas em dezembro ocorreram nas indústrias extrativas (-12,77%) e de metalurgia (-3,27%).

No ano, os destaques ficaram para refino de petróleo e biocombustíveis (69,72%), outros produtos químicos (64,09%), metalurgia (41,79%) e madeira (40,76%).

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.

IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) iniciou 2022 com desaceleração da alta a 0,49%, depois de avançar 0,57% em dezembro, mostraram dados divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O índice encerrou 2021 com alta acumulada de 9,34%. Nos 12 meses até janeiro, o avanço é de 9,58%.

Segundo os dados da FGV, a alta dos preços de Habitação registrou desaceleração expressiva no mês passado, a 0,13%, ante taxa de 1,10% em dezembro.

Os preços do grupo Transportes também tiveram decréscimo em sua taxa de variação em janeiro, a alta de 0,04%, contra 0,28% no mês anterior.

Já o grupo Educação, Leitura e Recreação acelerou a alta a 1,64% em janeiro, ante 0,56% em dezembro. A Alimentação também pesou mais no bolso do consumidor, ampliando os ganhos a 1,15%, de 0,72% no mês anterior. 

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