Finanças

Previ vai se desfazer de R$ 7 bilhões em renda variável

Fundo de pensão do Banco do Brasil decidiu se desfazer de cerca de R$ 7 bilhões em renda variável
Previ vai se desfazer de R$ 7 bilhões em renda variável
foto: Leonardo Benassato/Arquivo

Rio – O presidente da Previ, João Fukunaga, afirmou ao Broadcast — sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado — que o fundo de pensão do Banco do Brasil decidiu se desfazer de cerca de R$ 7 bilhões em renda variável, reduzindo total ou parcialmente suas posições em 12 empresas. Entre elas está a BRF, cuja saída já rendeu R$ 2 bilhões.

O motivo para o desinvestimento é o retorno abaixo do esperado desses ativos, considerando inclusive o fluxo de dividendos. Com o movimento, a entidade pretende adquirir mais NTN-Bs, visando à “imunização do passivo”, explicou Fukunaga.

“Estamos fazendo o desinvestimento por entender que há espaço, do ponto de vista do equity (ações), para sair e comprar NTN-Bs”, disse. “Isso casa com a nossa estratégia de imunização do passivo.” NTN-B é a Nota do Tesouro Nacional série B.

Parte das operações ainda está em curso. Por isso, os nomes das demais companhias não foram revelados. “Todas as movimentações estão dentro de nossa estratégia de investimento, aprovada pela diretoria e pelo Conselho Deliberativo”, acrescentou o executivo.

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Superávit

Com patrimônio de R$ 267 bilhões, a Previ informou que, após meses no negativo, o resultado do Plano 1 voltou ao azul e agora registra superávit de cerca de R$ 1 bilhão em 2025. O ganho no ano é de R$ 4,1 bilhões. O plano teve rendimento de 1,84% em agosto, acumulando 8,97% no ano.

Os números são preliminares e foram calculados antes da divulgação, nesta quarta-feira (10), do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que indexa parte dos papéis mantidos pela entidade. O retorno supera a meta atuarial do plano, de 6,41% (INPC + 4,75%).

“O resultado confirma tudo aquilo que a gente vem dizendo desde a época do resultado anual em março, que são momentos de conjuntura”, afirmou Fukunaga. “E este ano tem sido de sobressalto, com fatores como o tarifaço dos Estados Unidos.”

A recuperação foi puxada pela renda variável, com alta de 13,4% até agosto, e pela renda fixa, que entregou 7,3%. Empréstimos retornaram 6,4%, enquanto imóveis renderam 3,2%. Fundos estruturados tiveram ganho de 20,8%, mas com peso pequeno na carteira. Já os investimentos no exterior caíram 3,7%.
Em valores, o resultado total dos investimentos em 2025 até agosto foi de R$ 19 bilhões: R$ 7,7 bilhões em renda variável, R$ 10,5 bilhões em renda fixa e R$ 0,8 bilhão em outros investimentos.

O desempenho dá fôlego à Previ, que fechou 2024 com déficit de R$ 17,6 bilhões, após encerrar 2023 com superávit de R$ 14,5 bilhões. O saldo final do período foi déficit de R$ 3,16 bilhões — principal parâmetro para comparações. O resultado foi atribuído à volatilidade do mercado e às performances da renda fixa e da variável.

Apesar disso, após o déficit em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou um levantamento — posteriormente transformado em auditoria — sobre a Previ. Conforme a Corte, foram identificados indícios de falhas em procedimentos de investimentos e desinvestimentos, no processo de escolha e indicação de representantes para conselhos de empresas investidas e em operações de venda e locação de imóveis. Ainda não há decisão do Tribunal sobre a auditoria realizada.

Reportagem distribuída pela Estadão Conteúdo

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