Prisma estima déficit primário maior na dívida pública

Brasília – Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda pioraram suas previsões para o resultado primário do governo neste e no próximo e elevaram marginalmente as projeções para a dívida pública bruta no mesmo período, mostrou nesta sexta-feira o relatório Prisma Fiscal de junho.
Segundo o relatório, a expectativa mediana agora é de saldo primário negativo de R$ 79,715 bilhões em 2024, ante visão anterior de déficit de R$ 76,825 bilhões. Para 2025, a expectativa para o resultado primário também piorou, para déficit de R$ 90,134 bilhões, ante R$ 87,458 bilhões no mês passado.
Em relação à dívida bruta do governo geral, os economistas agora esperam que ela chegue a 77,33% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2024, de 77,30% projetados em maio. Em 2025, a previsão é de que a dívida chegue a 80,15% do PIB, ante projeção anterior de 79,90%.
Os dados vêm em meio a preocupações persistentes do mercado com o compromisso fiscal do governo, diante das dúvidas sobre a capacidade do Executivo de aprovar medidas de aumento de arrecadação e críticas ao que é visto como falta de compromisso com o corte de despesas. A meta do governo é zerar o déficit primário ao fim deste ano.
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Para a arrecadação, a expectativa mediana subiu para este ano, mas diminuiu em relação ao próximo. A nova projeção indica a entrada de R$ 2,603 trilhões neste ano, contra R$ 2,593 trilhões estimados no mês anterior.
Para 2025, no entanto, a arrecadação federal é estimada em R$ 2,734 trilhões, ante R$ 2,741 trilhões em maio.
Diante das barreiras impostas para o aumento da arrecadação, o governo tem sido pressionado a revisar alguns de seus gastos, iniciativa que vem sendo defendida pela equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas é alvo de resistências dentro do próprio governo.
Os economistas consultados no Prisma elevaram suas projeções para as despesas totais do governo central neste ano, para R$ 2,207 trilhões, ante R$ 2,189 trilhões no mês anterior,- e para 2025, para R$ 2,321 trilhões, contra R$ 2,313 trilhões em maio.
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