Finanças

Arrecadação Federal em Minas Gerais registra aumento real de 15,77%

No período, o Estado somou R$ 15,51 bilhões arrecadados
Arrecadação Federal em Minas Gerais registra aumento real de 15,77%
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Impulsionado por avanços na atividade econômica, Minas Gerais registrou aumento na arrecadação total da Receita Federal Brasileira (RFB). Em julho, o Estado, que corresponde à 6ª Região Fiscal, somou R$ 15,51 bilhões recolhidos, um aumento nominal de 20,98% e 15,77% em termos reais na comparação com o mesmo período do ano passado. 

No acumulado de janeiro a julho, a arrecadação somou R$ 95,7 bilhões. O valor representa um acréscimo nominal de 15,75% e real de 11,07% em relação ao mesmo período de 2023.

Além disso, a redução nos débitos compensados na região chegou a R$ 47 milhões em julho. O resultado mostra queda nominal de 2,2% e 6,4% em termos reais se comparado ao mesmo período do ano passado. Na análise referente aos sete primeiros meses de 2024, em comparação com 2023, a queda nominal dos débitos compensados foi de 20,7%.

Segundo o economista Guilherme Almeida, os bons números de arrecadação são resultado de uma série de fatores que permearam a economia mineira no período. “Além de uma economia mais aquecida, Minas Gerais hoje tem uma taxa de desemprego muito baixa com massa salarial crescente. Uma atividade econômica mais aquecida gera mais arrecadação e maior recolhimento de impostos”, analisa.

O economista cita que, ao comparar o segundo trimestre deste ano com o primeiro, o Estado registrou um avanço de pouco mais de 6% em arrecadação. O resultado, segundo ele, implica em uma maior receita pela RFB, alavancada principalmente pelo setor previdenciário.

Arrecadação federal bate recorde e estrutura tributária complexa gera percepção negativa

A nível federal, a arrecadação da União a partir de impostos e demais receitas registrou recorde no mês de julho, somando R$ 231 bilhões. Os dados, divulgados na última quinta-feira, (22), pela Receita Federal indicam um aumento real de 9,55% em comparação com julho de 2023.

No acumulado de 2024, o índice também se destacou no desempenho arrecadatório. Entre janeiro e julho, a arrecadação alcançou R$ 1,53 trilhão, representando um acréscimo pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 9,15%.

Ao analisar o contexto nacional, Almeida afirma que, em 2024, algumas medidas foram implementadas justamente para aumentar receita e financiar atividades da máquina pública. “Para atingir isso, ao invés de cortar gastos, optou-se por aumentar receita e ela vem sendo obtida por meio de reformas macro e microeconômicas, como a tributação de fundos exclusivos e o aumento na receita previdenciária em razão do avanço do emprego formal”, destaca. 

O impacto no aumento da arrecadação pela Receita Federal em Minas Gerais, entretanto, nem sempre contribui diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população. Segundo o economista, a impressão geral da população é que a carga tributária vem aumentando, o que acarreta uma percepção negativa, muito em razão do desenho da estrutura tributária no Brasil, que é alta, complexa, e com pouca perspectiva de retorno em serviços para a sociedade. 

Apesar disso, Almeida conclui que o aumento na arrecadação pode ser benéfico. “Se o governo arrecada mais, na teoria ele possui maior caixa para realizar investimentos públicos, como em saúde, educação e segurança, além de amortizar a dívida pública e controlar melhor a inflação”, ressalta. 

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