Finanças

Recuo da Selic é bem avaliado por entidades de MG

Medida do COPOM era aguardada por entidades de comércio, serviços e indústria do Estado
Recuo da Selic é bem avaliado por entidades de MG
Entidades mineiras aprovaram recuo da taxa Selic | Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

A redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia, a Selic, divulgada nesta quarta (20) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), já era aguardada pelas entidades de comércio, serviços e indústria do Estado e foi avaliada de forma positiva.

“Não há novidades nessa decisão, esperada por todos os analistas. Todavia, como tudo o que envolve política monetária, a discussão é sobre o que acontecerá com os juros nas próximas reuniões”, observa o economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Paulo Casaca.

Ele diz que o ponto de partida é a análise do comportamento atual da atividade econômica e que não há dúvidas de que a economia tem se comportado de forma mais positiva do que o esperado. “O melhor exemplo é o PIB: cresceu quase 3% no ano passado, enquanto as projeções no início de 2023 indicavam crescimento abaixo de 1%. PIB, emprego e renda em alta, porém, acendem um sinal de alerta sobre o comportamento futuro da inflação”, observa.

O economista diz acreditar que é cedo para preocupações com o impacto do crescimento econômico na inflação. Ele lembra que setores mais dependentes de juros baixos continuam sofrendo para se recuperar.

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“Embora considere prudente a preocupação, não alteraria a política no momento. Ainda não há sinais de aceleração da inflação, mesmo quando olhamos para seu núcleo de serviços. Vale lembrar que boa parte da surpresa com o crescimento do PIB se deu pela histórica safra agrícola de 2023”, analisa.

Casaca acrescenta que indústria, serviços e comércio ainda não apresentaram crescimento consistente. “Aliás, a indústria de transformação recuou 1,3%. O comércio cresceu apenas 0,6%, em 2023”, diz.

Lojistas veem resultado positivo

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) avaliou de forma positiva a sexta redução da Selic.

“As atividades econômicas já começaram a sentir o efeito positivo dos cortes anteriores da taxa. Algumas linhas de crédito já estão sendo ofertadas de forma mais barata, o consumo está sendo estimulado, especialmente nas datas comemorativas, e possíveis expansões de negócios têm sido avaliadas pelos investidores”, analisa o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.

O dirigente cita ainda o desempenho do comércio varejista da capital mineira que, pela terceira vez consecutiva, encerrou um ano de vendas com saldo positivo. Para ele, a segunda redução da taxa básica de juros do ano mostra que as perspectivas econômicas para 2024 podem se concretizar, caso seja mantida a trajetória de queda pelo BC.

“Temos grandes oportunidades para 2024. Entretanto, para que isso se concretize, é preciso que o Banco Central faça as reduções necessárias, mas com total atenção aos indicadores que possam pressionar a inflação, como monitorar os mercados interno e externo”, observa.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também avaliou positivamente a redução da Selic. Contudo, a entidade ressalta a necessidade do prosseguimento e mesmo da aceleração do ciclo de cortes.

Para a entidade, apesar dos últimos cortes realizados na taxa Selic, a política monetária segue contracionista, inibindo maiores investimentos e comprometendo a capacidade produtiva do País. A Fiemg defende a necessidade de uma taxa de juros mais baixa e estável, que favoreça o desenvolvimento econômico sustentável e a criação de empregos.

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