Finanças

Rendimento da renda fixa sobe com juros

Isenção de Imposto de Renda e rentabilidade próxima de 100% do CDI serão os mais vantajosos da renda fixa, segundo especialista
Rendimento da renda fixa sobe com juros
Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

São Paulo – Com a expectativa de uma Selic perto de 15% ao ano em 2025, a renda fixa segue a classe mais recomendada. No entanto, para otimizar o retorno é preciso diversificar, sem deixar a renda variável de lado, dizem analistas.

“Investimento não é um trade-off, ou um ou outro. O ideal é um mix com diversos produtos que atendam ao perfil de risco e aos objetivos do investidor”, afirma Guilherme Almeida, especialista em educação financeira e diretor de renda fixa na Suno Research.

De acordo com levantamento de Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, ativos com isenção de Imposto de Renda e rentabilidade próxima de 100% do CDI serão os mais vantajosos da renda fixa.

Em termos reais, considerando a inflação projetada, o ganho do CDI em 2025 será de 10,35%. Dessa forma, a projeção é que letras de Crédito Imobiliário (LCIs), letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), e debênture incentivadas a 97% CDI, por exemplo, acumulem um ganho líquido real (descontando inflação e IR) de 21,14% em dois anos. Assim, R$ 100 virariam R$ 121,14.

“O que você vai recomendar? Bota no CDI”, diz o diretor da área de Estratégias de Investimentos do Itaú Unibanco, Nicholas McCarthy. “É a primeira vez que, no acumulado em cinco anos, o CDI ganha de todas as classes de ativos. Ou seja, da Bolsa, da renda fixa, do dólar, dos títulos indexados de inflação”, completa o gestor.

O CDI é um índice que guia grande parte da renda fixa pós-fixada e que equivale à Selic, a taxa básica de juros brasileira definida pelo Banco Central. Em 2024, o CDI teve um ganho de 10,8% e a projeção é que suba 15,03% em 2025.

Apesar do significativo ganho projetado para a renda fixa pós-fixada, especialistas recomendam complementar a carteira com ativos atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sem apostar todas as fichas em um único índice.

“Não sabemos quais os desdobramentos da pauta fiscal, pode ser que o juro suba menos que o esperado”, diz Almeida, da Suno.

O título IPCA+ do Tesouro Direto com vencimento em 2029 oferecia IPCA + 7,75% na última sexta (3). Ou seja, uma rentabilidade real próxima de 8% ao ano por quatro anos.

Perfil mais arriscado

Para investidores com o perfil mais arriscado, Almeida também recomenda a compra, em menor proporção e com vencimentos mais curtos, de títulos prefixados, que têm a remuneração futura fixada no momento da compra.

Um título desta natureza do Tesouro Direto com vencimento em 2027, por exemplo, oferecia um retorno anual de 15,56% na última sexta-feira (3).Na escolha de debêntures incentivadas, o especialista recomenda atenção à rentabilidade ofertada, que deve ser superior ao título público equivalente.

“Debêntures não são indicadas para quem é conservador por terem risco de crédito. Para os mais arrojados, a dica é olhar a nota de crédito atribuída ao papel pelas agências de classificação de risco e comprar as com nota AA para cima”, diz Almeida.

Na renda fixa também é importante estar atento ao tempo em que o dinheiro permaneceu investido, já que quanto mais rápido o resgate, maior a alíquota de IR, segundo a tabela regressiva.

Já para a renda variável, o mercado financeiro projeta uma continuação do movimento visto em 2024, de valorização de criptoativos, do ouro e das Bolsas de Valores dos Estados Unidos.
No ano passado, o bitcoin mais que dobrou de preço e foi o ativo mais rentável no período. O movimento foi puxado pela expectativa de que o presidente eleito Donald Trump favoreça o setor. Caso o Congresso, com maioria republicana, aprove as medidas em prol da moeda, analistas apontam que ela pode continuar a trajetória positiva.

Porém, por ser extremamente volátil, criptomoedas são indicadas em pequenas parcelas apenas para investidores com perfil de risco superrarrojado.

Reportagem distribuída pela Folhapress

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