Finanças

Secretário do Tesouro projeta recuo da Selic após pico inflacionário

Perspectiva é do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron; ele acrescenta que País está perto do equilíbrio fiscal
Secretário do Tesouro projeta recuo da Selic após pico inflacionário
Secretário Rogério Ceron defendeu ainda um pacto entre o governo e o Congresso para que a questão fiscal seja definitivamente resolvida | Foto: Adriano Machado / Reuters

São Paulo – O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta quinta-feira (18) já ser possível vislumbrar um cenário de queda para a taxa de juros no Brasil em 2026, após pontuar que o País superou o período de pico da inflação.

“Do ponto de vista inflacionário, já passamos um período de pico. Agora a gente começa a vislumbrar a convergência para as metas, tanto na inflação corrente quanto no horizonte relevante”, avaliou Ceron, durante evento promovido pela instituição AGF, em São Paulo.

“O Banco Central ainda está mantendo (estável a taxa de juros), esperando a convergência completa, mas já se começa a vislumbrar um cenário consensual para 2026 de uma descida na taxa de juros”, acrescentou.

Os comentários de Ceron surgem no dia seguinte à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que na noite de quarta-feira (17) anunciou a manutenção da taxa básica Selic em 15% ao ano, reforçando a mensagem de permanência neste patamar por período prolongado e citando o tema fiscal como um dos pontos de atenção.

No evento, Ceron afirmou que o País precisa de fato avançar na área fiscal, mas ponderou que o governo está se aproximando de um quadro de equilíbrio no resultado primário.

“Do ponto de vista do setor externo o País está bem, do ponto de vista de dinâmica econômica também… A gente precisa de fato avançar no fiscal, que é um problema que se arrasta a uma década. Aliás, mais do que uma década”, disse Ceron, pontuando que na última década o problema “se agravou muito”.
“Todos os governos foram piorando estes déficits primários e agora é uma tentativa de reversão”, acrescentou.

De acordo com o secretário, os bons indicadores econômicos atuais do Brasil permitem acelerar o processo de consolidação fiscal. O secretário defendeu ainda um pacto entre o governo e o Congresso para que a questão fiscal seja definitivamente resolvida.

Na última terça-feira, em outro evento do setor financeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou o compromisso do governo em cumprir as metas fiscais para 2025 e 2026, mas ponderou que isso depende da “compreensão” do Congresso.

As metas atuais são de resultado primário zero para 2025 e superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2026, nos dois casos há uma tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos.

Durante sua fala, Ceron defendeu ainda que, para ser o “País do futuro”, o Brasil precisa fomentar a poupança de longo prazo, o que inclui o aumento da poupança das famílias.

“Aumentar a poupança envolve o fiscal e também aumentar a poupança das famílias”, disse o secretário. “Precisamos fomentar poupança voltada para a aposentadoria”, acrescentou.

Reportagem distribuída pela Reuters

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