Setor consolidado tem déficit primário de R$ 131 bi

Brasília – O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de R$ 131,438 bilhões em maio e viu a dívida bruta ultrapassar o patamar de 80% do Produto Interno Bruto (PIB), renovando seu recorde histórico, em um reflexo dos impactos dramáticos da crise com o coronavírus no front fiscal.
O déficit primário foi o pior dado mensal da série do Banco Central iniciada em dezembro de 2001, informou a autarquia ontem. Ainda assim, ele veio ligeiramente abaixo da expectativa de um rombo de R$ 135 bilhões para o mês, conforme pesquisa da Reuters com analistas.
No período, o governo central (Tesouro Nacional, BC e Previdência) ficou no vermelho em R$ 127,092 bilhões. Enquanto isso, estados e municípios tiveram déficit de R$ 4,768 bilhões, ao passo que as empresas estatais registraram superávit de R$ 422 milhões.
Na segunda-feira, o Tesouro já havia informado que o déficit do governo central fora afetado pelo diferimento de impostos e pela explosão de gastos para enfrentamento ao surto de Covid-19, com destaque para os mais de R$ 40 bilhões direcionados ao auxílio emergencial.
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Em 12 meses, o déficit do setor público consolidado foi a R$ 282,859 bilhões, equivalente a 3,91% do Produto Interno Bruto (PIB).
Dívida recorde – Diante do forte desequilíbrio entre receitas e despesas em maio, a dívida pública bruta saltou a 81,9% do PIB, sobre 79,8% em abril e estimativa de analistas de que iria a 81,3% do PIB. Com isso, ela renovou seu recorde histórico, que havia sido atingido no mês anterior.
A dívida líquida, por sua vez, foi a 55,0% do PIB, ante 52,8% em abril e projeção do mercado de 54,5% do PIB.
Na segunda-feira, o Tesouro estimou que o País encerrará este ano com dívida bruta acima de 95% do PIB e dívida líquida superior a 65% do PIB. (Reuters)
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