Finanças

Setores de comércio e serviços comemoram novo corte na Selic

Perspectiva é de uma recuperação gradual em 2024
Setores de comércio e serviços comemoram novo corte na Selic
Crédito: Alessandro Carvalho

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL/MG), Frank Sinatra Chaves, espera que esse ciclo de queda da taxa de juros permaneça, e em um ritmo mais forte, já que as macrovariáveis econômicas estão mantendo um bom comportamento. “Não há mais justificativas para mantê-la em patamares elevados. É preciso estimular um crescimento econômico mais vigoroso, com crédito mais barato, aumento do consumo e geração de emprego e renda. Está na hora de sairmos de um processo econômico restritivo para um expansivo”, afirma.

Na perspectiva do setor de comércio e serviços da capital mineira, a queda da taxa básica de juros do País abre caminho para uma recuperação econômica gradual em 2024.

“O segundo semestre de 2023 foi marcado pela expansão da indústria e do consumo das famílias, sustentado pelo mercado de trabalho resiliente e também pela desaceleração dos preços livres, que são aqueles mais sensíveis às mudanças econômicas como, por exemplo, despesas com alimentação, habitação, vestuário, que são regulados conforme a oferta e demanda”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.

Ainda na perspectiva do dirigente, a quarta redução consecutiva da Selic irá favorecer o País em aspectos como atração de investimentos estrangeiros, expansão do crédito, do varejo e elevação da renda das famílias. “O Brasil possui grandes oportunidades para 2024, afinal, as empresas mundiais querem diversificar seus fornecedores e reduzir a dependência de países específicos, especialmente aqueles diretamente ligados às tensões geopolíticas. Isso nos traz chances de um reposicionamento nas cadeias globais de suprimentos, aumento dos postos de trabalho, expansão do crédito, das vendas do varejo e aumento da renda, já que o corte nos juros impacta o poder de compra das famílias”, avalia Souza e Silva.

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Na avaliação do presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), José Anchieta da Silva, “é importante ressaltar que estamos terminando 2023 melhor do que esperávamos há um ano”.

“Há um ano, o mercado esperava um crescimento do PIB abaixo de 1%. Atualmente, as projeções apontam para uma elevação próxima de 3%”, disse. “Há um ano, esperávamos que a inflação fecharia 2023 perto de 6%. As estimativas atuais indicam algo em torno de 4,5%. O mesmo ocorre com a balança comercial. A previsão em dezembro de 2022 era de um superávit comercial de cerca de R$ 60 bilhões. Agora espera-se algo em torno de R$ 80 bilhões”, disse.

Alguns fatores, segundo Silva, explicam essa melhora de cenário: o crescimento inesperado da agropecuária no primeiro semestre, a aprovação no Congresso do arcabouço fiscal e a estabilidade dos preços das commodities, especialmente o petróleo.

Por outro lado, os desafios para 2024 são ainda mais ambiciosos, de acordo com o presidente da ACMinas. Ele lembra que a indústria e o comércio apenas andaram de lado em 2023. “Com o juro ainda muito elevado, o investimento privado continua em queda, prejudicando nossa capacidade produtiva. Em suma, o ambiente de negócios continua muito desfavorável para o empresário brasileiro. Precisamos de políticas que destravem a nossa baixa produtividade”, disse.

“Que em 2024 Minas Gerais e o Brasil possam trilhar um caminho de prosperidade, depois de tantos anos de crises. Que possamos voltar a conviver com um cenário de inflação e juros baixos, impulsionando novos investimentos e novas oportunidades para o nosso País”, conclui.

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