Finanças

Situação fiscal do Brasil está pior, avaliam economistas

Questionário do Banco Central, com 110 respostas dos entrevistados, foi enviado ao mercado pelo Banco Central às vésperas da última reunião do Copom
Situação fiscal do Brasil está pior, avaliam economistas
Crédito: Reuters/Adriano

Brasília – A situação fiscal do País piorou entre novembro e dezembro para 78% dos economistas consultados pelo Banco Central (BC) no questionário enviado ao mercado às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O resultado foi divulgado pela autoridade monetária na manhã desta quarta-feira (18).

Entre as 110 respostas dos entrevistados, 14% consideraram que não houve mudanças relevantes no cenário fiscal no período, enquanto 8% disseram que o quadro melhorou.

As respostas do questionário enviado aos analistas do mercado financeiro no dia 29 de novembro serviram como subsídio para a decisão do comitê sobre a taxa básica de juros (Selic), que chegou a 12,25% ao ano após alta de 1 ponto percentual no último dia 11.

A data de envio do questionário coincide com a apresentação do pacote de contenção de despesas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad . O plano gerou frustração no mercado financeiro e dúvidas com relação à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em patrocinar um esforço maior de ajuste em seu mandato.

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Da economia de R$ 327 bilhões prometida pelo governo, R$ 72 bilhões viriam entre 2025 e 2026, enquanto os outros R$ 255 bilhões seriam poupados entre 2027 e 2030. Os números da equipe econômica ficaram sob o escrutínio dos economistas, que ainda não se convenceram de que esses valores serão alcançados.

Na semana que antecedeu o último encontro do Copom no ano, houve uma onda de revisões de cenário. Também entraram na conta a disparada do dólar, que rompeu a barreira dos R$ 6, e a nova demonstração de força do Produto Interno Bruto (PIB).

Na avaliação majoritária do mercado financeiro (78%), o comitê faria um aumento de 0,75 ponto percentual na Selic no encontro de dezembro. Para apenas 13% dos respondentes do questionário pré-Copom, o colegiado do BC decidiria por uma alta de 1 ponto percentual.
Com relação ao que o Copom deveria fazer na reunião, uma elevação de 0,75 ponto era a opinião de 43%, enquanto 36% preferiam um choque maior de juros, de 1 ponto.

Surpresa

A sinalização futura dada pelo comitê, de que prevê mais duas altas de 1 ponto percentual em 2025, nos encontros de janeiro e março, também é uma surpresa para os economistas que participaram da pesquisa do BC.

Para 68% dos respondentes, o Copom faria uma alta de 0,75 ponto na primeira reunião do ano, sob o comando do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo. Apenas 16% projetavam que a elevação seria de 1 ponto em janeiro. Quanto à expectativa do que deveria ser feito no encontro, 35% defendiam o primeiro cenário e outros 35% preferiam o segundo.

Para o encontro seguinte, em março, a maioria (54%) apostava em um aumento de 0,5 ponto. Somente 4% acreditavam que o colegiado do BC faria uma elevação de 1 ponto percentual na segunda reunião de 2025.

Reportagem distribuída pela Folhapress

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