Tradição e inovação: novos caminhos no universo cripto

Essa foi a primeira vez que os vencedores de uma premiação do nível do Prêmio José Costa receberam, além do troféu símbolo da homenagem, uma premiação em NFT. A Dux, startup mineira de Web 3.0 e a maior comunidade de criptojogos da América Latina, criou uma representação digital do prêmio que celebra os 90 anos do maior jornal de economia de Minas Gerais em Tokens Não Fungíveis, os chamados NFTs. Eles foram entregues aos ganhadores de cada categoria de forma simbólica, por meio de carteiras personalizadas, em cerimônia realizada na noite do dia 17 de novembro. É um marco que inaugura a entrada do DIÁRIO DO COMÉRCIO no universo cripto.
Estreamos neste espaço para contar um pouco mais sobre a importância de misturar a tradição do DIÁRIO DO COMÉRCIO com o desejo de inovar, em uma parceria que veio para ficar, trazendo conteúdos relevantes para os leitores sobre o mundo do metaverso, das criptomoedas, da Web 3.0,dos NFTs e muito mais.
O que é um NFT?
Um NFT é um tipo de escritura ou registro criptografado, um certificado que atesta a propriedade de um “ativo digital”, termo que, por sua vez, corresponde à representação abstrata e digitalizada de determinados bens, valores, créditos ou direitos.
Os NFTs, portanto, não inventaram os ativos digitais, que já estavam por aí há muito tempo. Os CDs com álbuns de música de artistas diversos, os DVDs da videolocadora ou os jogos de videogame mais consagrados, apesar do suporte físico, eram todos também ativos digitais, propriedade do estúdio cinematográfico que produziu a obra e/ou da locadora que a comprou para alugar para seus clientes.
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Por isso mesmo, a locadora não poderia começar a fazer cópias e vender aquelas obras, nem você, ao alugar, tinha autorização para começar a vender cópias ou fazer sessões de exibição pública cobrando ingressos dos interessados, afinal, por mais que pudesse possuir a posse, não possuía plenos direitos, por exemplo, sobre a sua utilização e comercialização.
A verdadeira novidade introduzida pelos NFTs talvez seja a tecnologia que está por trás deles, ou seja, as redes blockchain. É que NFTs são tokens digitais que contêm arquivos únicos, representados através de códigos inseridos nos registros de uma blockchain, ou seja, uma rede descentralizada, eficiente, veloz, barata e segura onde transações são efetuadas e inscritas de maneira única, transparente, confiável e imutável.
As blockchains são a tecnologia por trás do funcionamento das criptomoedas, a rede segura na qual elas funcionam, mas não se resumem a isso, apresentando uma infinidade de novas promessas, possibilidades e potencialidades para seu desenvolvimento.
Assim, registrar a propriedade de um ativo na blockchain faz com que ele seja de fato uma propriedade única, garantindo-se a sua procedência e originalidade. É assim que funciona um Non Fungible Token ou Token Não Fungível (NFT), na tradução do inglês.
Token, Fungibilidade, Não Fungibilidade
A palavra token pode ser traduzida como ficha ou símbolo, referindo-se exatamente à representação digital de um ativo através de uma determinada linguagem ou codificação.
Já a Fungibilidade é o princípio da equivalência ou substituibilidade. Coisas que podem ser substituídas umas pelas outras e que tem as mesmas características, valores iguais e propriedades equivalentes. Uma nota de cem reais pode ser trocada por outra, exatamente igual. Um bitcoin vale a mesma coisa que qualquer outro bitcoin, em qualquer lugar, pois estes são itens fungíveis.
E o princípio da não fungibilidade, portanto, diz respeito a algo único, singular, que a princípio não pode ser substituído por nenhuma outra coisa nem possuir dois proprietários ou duas origens diferentes, por exemplo.
Para elucidar a não fungibilidade ou a não equivalência, podemos evocar o exemplo de obra de arte. Um quadro pintado jamais vai ser igual ao outro, mesmo se o mesmo artista pintar a mesma paisagem utilizando o mesmo pincel e as mesmas tintas.
Enquanto as criptomoedas são tokens fungíveis, os NFTs são tokens não fungíveis ou singulares únicos.
O que torna um NFT único?
Em primeiro lugar, é o código que o representa e o identifica, que, por sua vez, está inscrito nos registros de uma rede blockchain.
O que importa é termos em mente que o NFT é uma forma de criar propriedade, originalidade, rastreabilidade e escassez para um ativo digital (e junto da escassez, outros conceitos derivados, como autenticidade e raridade).
Sendo assim, os NFTs representam sempre, ao mesmo tempo, um valor simbólico (são importantes em uma determinada comunidade), um valor unitário ou utilitário (eles permitem que certas ações sejam realizadas em uma plataforma, aplicação ou protocolo) e também um valor econômico (o seu preço).
Historicamente, já utilizamos sementes de cacau, conchas, dentes de animais, colares e pulseiras ou sal (daí a origem da palavra salário, o sal pago como remuneração aos soldados do exército romano) como moeda de troca. Nada disso é novo e nada de significativo é alterado nos conteúdos e fundamentos destes processos. Os NFTs são apenas um novo modelo, uma evolução do formato, um novo suporte (nesse caso, digitalizado) para se representar o valor de modo abstrato.
Talvez essa tecnologia vá se tornar realmente importante e relevante quando pararmos de falar dela. Quando a tecnologia que está por trás (NFTs e blockchains) se tornar “óbvia” e for naturalizada como apenas aquilo o que ela é, um meio e um suporte de funcionalidades variadas, que pode ser utilizado para os mais diversos propósitos.
E aí então entenderemos que o que realmente torna essa tecnologia revolucionária são os objetivos e os fins para os quais ela é empregada, ou seja, são os meios e propósitos de sua utilização que realmente a tornam útil, necessária e significativa.
Durante a pandemia de Covid-19, as carteiras digitais superaram todas as outras formas de pagamento do mundo. Isso quer dizer que carteiras digitais como Pix, PayPal, Mercado Pago e muitas outras já movimentam sozinhas mais dinheiro do que cartão de crédito e dinheiro físicos somados.
De acordo com analistas, parte desse movimento deverá migrar, nos próximos anos, para as tecnologias baseadas em arquitetura blockchain, que possibilitam redes de transação de ponto a ponto (peer to peer ou P2P) e a realização de uma grande quantidade de transações simultâneas de maneira rápida, barata, eficiente, transparente e segura, sem a necessidade de intermediadores ou autoridades e servidores centralizados.
Na verdade, há muito tempo o nosso dinheiro já é digital (esse é, em grande parte, o princípio dos cartões de crédito e dos bancos modernos) e, em teoria, na sua maior parte não existe como moeda física impressa “ainda”.
No entanto, as tecnologias de registro distribuído ou descentralizado solucionam uma série de problemas, vulnerabilidades e falhas dos servidores centralizados (que até então dominam os sistemas dos serviços e instituições financeiras), junto de outras questões técnicas que não caberia, nesse momento, elucidar.
Podemos, então, apontar algumas vantagens junto de exemplos concretos de aplicação prática destas tecnologias, relativos às diferentes formas de uso e mecanismos de funcionamento que garantem a utilidade real dos NFTs.
Artigos de luxo
Vinhos, relógios ou charutos são artigos de luxo que são muito comercializados não apenas por usuários finais, mas por intermediários que os compram e revendem. Imagine no caso dos vinhos, por exemplo. Comprar no mercado interno é mais caro e você paga mais taxas, mas pra comprar “direto da fonte” também é complicado, você precisa viajar até os países ou vinhedos desejados para obter os produtos e voltar com tudo na bagagem.
Mas tem muito mercado para essas trocas, e se tem muita gente querendo comprar não pra usar mas pra revender, o NFT oferece uma solução logística para isso, e hoje isso já acontece.
Vinhedos estão transformando garrafas de vinho em NFTs e assim, quando um cliente compra um vinho (ele pode fazer isso direto pela internet), ele recebe um NFT e escolhe se quer resgatar a garrafa física do vinhedo naquele momento ou não (nesse caso, pagando todas as taxas necessárias).
Repare que essa problemática não elimina a necessidade de uma autoridade central, no caso, o vinhedo, que deve garantir que as garrafas de fato existem, correspondem aos NFTs vendidos, à descrição oferecida, e que estão fechadas e guardadas em uma adega ou um cofre (wine vault), esperando para serem resgatadas pelos titulares de seus “certificados digitais de procedência”, no formato de NFTs, armazenados nas carteiras digitais dos clientes.
No entanto, o vinhedo (ou a fábrica de charutos) elimina assim o problema da falsificação e da comprovação dos certificados digitais, impedindo as fraudes, já que, através desse sistema, facilmente pode comprovar que os certificados por seus clientes realmente são verdadeiros e originais.
Identidade Digital
Imagina se você pudesse ter acesso a todos os seus documentos em uma carteira digital, e não precisasse mais sair toda vez com a identidade no bolso, com a carteira de motorista pra dirigir, com o passaporte pra viajar ou com o título de eleitor pra votar? O mesmo vale para os seus diplomas de graduação e pós-graduação.
E se houvesse uma tecnologia que pudesse comprovar a originalidade, a procedência e a propriedade destes documentos de uma maneira que não permitisse fraudes, falhas e falsificações? Os seus documentos e diplomas então, passariam a ser aceitos em qualquer lugar do mundo, e você não precisaria carregá-los no bolso ou na mala por aí, bastaria ter acesso a internet.
Recentemente no Brasil tivemos avanços nesse sentido, e agora temos documentos oficiais com versões digitais já disponíveis. Os QR Codes são um avanço nesse sentido, pois conseguem comprovar a originalidade do documento de papel, através da verificação da existência de correspondência desse documento em uma base de dados ou um arquivo com registros oficiais. Para ser válido, o documento precisa existir e estar registrado nessa base de dados oficial, e não apenas existir fisicamente, em papel. É a leitura do QR Code que consegue comprovar a existência dessa relação.
E é neste ponto que as blockchains e os NFTs podem atuar, garantindo a existência dessa rede descentralizada, segura, barata, eficiente, transparente e confiável, na qual esse tipo de dado pode ser produzido, transmitido e armazenado.
E isso vale para todo tipo de certificado. Sendo assim, mais uma vez, o Diário do Comércio inova ao trazer a premiação deste ano não apenas do jeito tradicional, com o prêmio físico, mas também a sua versão em NFT, que além de estar permanentemente registrada nos códigos de uma blockchain (de modo que jamais poderá ser apagada) e de ser propriedade última de seus portadores até os confins da história (desde que devidamente armazenados em uma carteira digital), poderão desencadear ainda uma série de interações, benefícios, oportunidades e relacionamentos futuros entre o diário e os seus portadores.
Esses registros não podem ser apagados, pois fazem parte de uma rede pública e descentralizada e não de um servidor centralizado que pode, a qualquer momento, apagar, acabar ou ser encerrado, decidindo excluir todos os dados e atividades de seus usuários.
A questão toda parece ter, na verdade, uma relação direta com a digitalização crescente de uma esfera cada vez maior de nossas vidas. Nossos compromissos, nossa atenção, nosso entretenimento e grande parte de nossas tarefas diárias estão cada vez mais concentradas em ambientes online, além disso, estamos cada vez mais conectados a diferentes tipos de dispositivos que registram, armazenam e compartilham dados a respeito de nós e de todas essas informações através da internet, por isso, essas redes precisam ser seguras.
Junto disso tudo, a identidade e a propriedade de diversos tipos de ativos também passarão a seguir por essa tendência de digitalização. Em grande parte, os ativos digitais farão parte de nosso futuro, essa é a tendência. Os NFTs são um tipo de solução ótima para tudo isso, sobretudo em um país onde hoje, se você quer registrar uma propriedade intelectual (ou digital), você precisa recorrer ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), o que nos parece um tanto fora de compasso com a realidade digital atual.
Registro imutável na história
O prêmio não é propriedade da Dux, do DIÁRIO DO COMÉRCIO, nem da rede blockchain em que ele está hospedado, ele é propriedade última de seus portadores. Ele não é um arquivo que poder ser perdido, corrompido ou deletado. Ele é um registro imutável da história.
Não está armazenado apenas em um computador, mas em uma rede distribuída e descentralizada formada por milhares de computadores, portanto, para acabar com esse dado ou deletar essa informação, seria necessário excluí-la da grande maioria desses dispositivos ao mesmo tempo, algo que hoje é quase impossível.
E isso vale para todo tipo de certificado emitido em forma de NFT. Sendo assim, mais uma vez, o Diário do Comércio inova ao trazer a premiação deste ano não apenas do jeito convencional, ou tradicional, com o prêmio físico, mas também a sua versão em NFT, que além de estar permanentemente registrada nos códigos de uma blockchain (de modo que jamais poderá ser apagada) e de ser propriedade última de seus portadores até os confins da história (desde que devidamente armazenados em uma carteira digital), poderão desencadear ainda uma série de interações, benefícios, oportunidades e relacionamentos futuros entre o diário e os seus portadores.
É isso, basicamente esses registros não podem ser apagados, pois fazem parte de uma rede pública e descentralizada e não de um servidor centralizado que pode, a qualquer momento, apagar, acabar ou ser encerrado, decidindo excluir todos os dados e atividades de seus usuários.
E por fim, acho que talvez vale a pena trabalhar em uns exemplos como esses: Esses mesmos NFTs, um dia, poderão ser utilizados para diversos propósitos, como, por exemplo, ingresso para um evento presencial oficial do Diário do Comércio com os ganhadores do prêmio nos próximos 10 anos, ou para criar um clube de benefícios entre os ganhadores, para acessar plataformas ou sites (como o site do diário do comércio, áreas restritas a assinantes, a ganhadores do prêmio ou a parceiros, etc), para se garantir a identidade dos ganhadores em ambientes digitais, etc. etc.
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