Vendas de consórcio movimentam volume 21% maior em crédito no 1º quadrimestre do ano

Após oscilação nos dois primeiros meses do ano e recuperação em março e abril, as vendas de consórcio do primeiro quadrimestre totalizaram R$ 108,6 bilhões em créditos, alcançando avanço de 21% sobre os R$ 89,8 bilhões do mesmo período de 2023. O crescimento é consequência do aumento de 4,7% das vendas de cotas em todo Brasil de janeiro a abril. 

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), nos quatro primeiros meses do ano, a comercialização de cotas somou 1,35 milhão de adesões contra as 1,29 milhão totalizadas nos mesmos meses do ano passado, elevando o volume negociado. As adesões a veículos leves foram as maiores no período, chegando a 551,3 mil. As motocicletas foram responsáveis por 421,7 mil; os imóveis, por 266,3 mil; os veículos pesados, por 76,32 mil; os eletrônicos, por 21,6 mil, e as adesões de serviço, por 4,31 mil.

Para o presidente da regional sudeste da Abac, Vitor Bonvino, o crescimento possui diversos fatores, entre eles o crescimento de 15,5% do tíquete médio de abril, que saltou de R$ 72,40 para R$ 83,63. “São várias as explicações, entre elas a educação financeira. As pessoas estão sendo incentivadas a terem mais disciplina com os seus gastos e evitar as compras por impulso. Como o consórcio não entrega o bem na hora, ele se torna resiliente nessa questão”, afirma.

Ele explica que, além desses fatores, o momento de menor taxa de desemprego e baixa inflação também contribuem para o resultado positivo. “Hoje nós temos quase que o pleno emprego, a economia está caminhando e com a inflação baixa, temos o ambiente favorável ao nosso crescimento”, pontua.

Bonvino destaca ainda que o sistema de consórcios apresenta características que possibilitam investimentos com custo final menor entre as diversas modalidades de aquisição parcelada. “No consórcio não há juros. Os juros do financiamento são sensíveis à taxa Selic, e no consórcio não há este vínculo. Você fixa uma taxa de administração, no determinado período e é aquela taxa”, explica.

Outro fator importante que contribui com a alta da adesão é a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).  Cobrado em operações de crédito e financiamento de veículos ou imóveis comerciais, o IOF eleva o custo efetivo total. Além disso, o consórcio permite a troca do bem ou serviço dentro do segmento escolhido, aumentando as possibilidades.

Consórcios de imóveis crescem acima de 20%

Ao analisar os consorciados ativos e seus setores, os números da Abac revelam crescimento de 11,5% em abril de 2024, se comparado com o mesmo mês do ano passado. O número de consorciados passou de 9,44 milhões para 10,53 milhões em todo o País. 

O consórcio de imóveis foi o que mais cresceu, saltando de 1,48 milhão de consorciados em abril do ano passado, para 1,8 milhão neste ano. Apesar de não ter dados específicos do Estado, o presidente regional da Abac informa que Minas Gerais possui relevância importante no sistema. “O Estado mineiro é responsável por 9,11% dos consórcios de imóveis no Brasil, e 25% dos consórcios de imóveis da região Sudeste”, revelou o presidente regional.

Ainda de acordo com Bonvino, a flexibilidade do uso do consórcio o faz mais atraente pois são várias as possibilidades. “No imóvel, você faz uma faixa de crédito e pode comprar uma fazenda, uma casa, construir, é um imóvel, é flexível”, comenta.

Ainda usando o imóvel como exemplo, Bonvino explica que há possibilidade de investir a longo prazo sem muita complicação, com parcelas de custo baixo e possível materialização. “Você pode comprar uma cota de 20 anos, por exemplo, e ,sendo contemplado, o imóvel vira investimento pois há possibilidade de com o aluguel, ele se pagar”, argumenta.