Finanças

Vendas de títulos públicos cresceram 25,9% em julho

Resultado para o segmento pessoas físicas pela internet atingiu o recorde para o período de R$ 7,26 bilhões
Vendas de títulos públicos cresceram 25,9% em julho
Em julho, 253.621 pessoas passaram a fazer parte do programa, elevando o total de investidores em títulos do Tesouro Direto a 32.988.974 | Foto: Reprodução Adobe Stock / Rmcarvalhobsb

Brasília – As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet bateram recorde para meses de julho, informou nesta terça-feira (26) o Tesouro Nacional. No mês passado, o Tesouro Direto vendeu R$ 7,26 bilhões em papéis.

O valor é 25,93% maior que em junho, quando as vendas somaram R$ 5,77 bilhões. Na comparação com julho do ano passado, houve aumento de 12,89%.

O recorde histórico de vendas ocorreu em março deste ano, quando foram vendidos R$ 11,69 bilhões.
Os títulos mais procurados pelos investidores em julho foram os atrelados aos juros básicos, que responderam por 52,9% das vendas. Os papéis corrigidos pela inflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), corresponderam a 24,6% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, representaram 10,9%.

Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado em 2023, respondeu por 10% das vendas, superando pela primeira vez a marca de dois dígitos. Já o Tesouro Educa+, criado em agosto de 2023 para financiar poupança para o ensino superior, atraiu apenas 1,7%.

O interesse por papéis vinculados aos juros básicos é explicado pelo nível elevado da taxa Selic. A taxa, que estava em 10,5% ao ano até setembro de 2024, foi elevada para 15% ao ano. Com a expectativa de novas altas, os papéis seguem atrativos. Os títulos vinculados à inflação também têm atraído investidores diante da expectativa de aceleração do índice oficial nos próximos meses.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 185,74 bilhões no fim de julho, alta de 2,99% em relação ao mês anterior (R$ 180,35 bilhões) e de 27,76% sobre julho de 2024 (R$ 145,39 bilhões). O aumento decorreu tanto da correção pelos juros quanto do resultado líquido positivo entre vendas e resgates, de R$ 3,68 bilhões no mês.

Investidores

Em julho, 253.621 pessoas passaram a fazer parte do programa, elevando o total de investidores a 32.988.974. Em 12 meses, o número acumula alta de 12,6%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 3.099.164, crescimento de 16,5% em um ano.

O uso do Tesouro Direto por pequenos investidores aparece no número expressivo de operações de até R$ 5 mil, que corresponderam a 79,3% do total de 969.001 vendas em julho. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 54,9%. O valor médio por operação foi de R$ 7.494.

Os investidores preferiram papéis de curto e médio prazo. Os títulos de até cinco anos representaram 39,4% das vendas; os de cinco a dez anos, 40%; e os de mais de dez anos, 20,5%.

Captação de recursos

Criado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto foi desenvolvido para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O investidor paga apenas uma taxa para a B3, descontada nas movimentações dos papéis.

A venda de títulos é uma das formas de captação de recursos do governo, usada para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional devolve o valor investido acrescido de remuneração, que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa prefixada.

Reportagem distribuída pela Agência Brasil

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