Finanças

WhatsApp Pay inova e traz mais praticidade ao mercado de pagamentos

Serviço de aplicativo de mensagens permite que usuários de bancos cadastrados façam transferências para familiares e amigos de modo rápido e seguro
WhatsApp Pay inova e traz mais praticidade ao mercado de pagamentos
Crédito: REUTERS/Dado Ruvic

Se você é um dos 140 milhões de brasileiros que usam o WhatsApp para conversar, fazer videoconferências, gravar e enviar vídeos e áudios para distintos grupos temáticos, prepare-se para mais uma inovação.  Com o WhatsApp Pay, os usuários dos bancos cadastrados (veja na infografia) já podem fazer transferências bancárias para familiares e amigos de modo rápido e seguro. A informação é do diretor-executivo de Soluções da Visa do Brasil, Juliano Manrique.

De acordo com Manrique, o novo serviço do WhatsApp Pay oferece praticidade e conforto para pessoas físicas. “É muito prático. Por exemplo, três amigos estão em um restaurante. A conta fica em R$90. Um deles se oferece para pagar o valor total usando o próprio cartão. Os outros dois não levaram seus cartões ou dinheiro, mas podem pagar a conta com o WhatsApp Pay, transferindo os R$ 30 que lhes cabem para quem pagou”, explicou. 

A má notícia é que, por enquanto, não é possível usar o WhatsApp Pay para fazer compras e pagar contas, como acontece com o WhatsApp Business, aplicativo já usado comercialmente por empresas, microempreendedores e prestadores de serviço. Ainda não há previsão de quando as pessoas físicas poderão usar comercialmente o WhatsApp Pay. Também não são permitidas as transferências de recursos entre amigos e familiares para o exterior.

Transferências bancárias para familiares e amigos serão feitas de modo rápido e seguro, diz Juliano Manrique | Crédito: Marcelo Soubhia

Como funciona o Whatsapp Pay?

Para acessar o novo serviço, é preciso baixar a última versão deste dispositivo na loja de aplicativos do celular. Essa nova versão oferece a opção “pagamentos”. Você  se cadastra oferecendo os dados solicitados. Quem não conseguir acesso, pode pedir a um amigo que já tenha o WhatsApp Pay que faça uma pequena transferência para o seu WhatsApp. 

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Ao receber esse dinheiro, surgirá a opção cadastro e você poderá se inscrever no aplicativo e devolver a quantia transferida por quem o  convidou. Segundo informações do site do WhatsApp, uma das vantagens é que este tipo de transferência não cobra taxas, o processo é rápido, o dinheiro cai na conta imediatamente e o comprovante é emitido na hora.

Segurança

De acordo com o diretor-executivo da Visa, essa bandeira e os bancos que  utilizam seu cartão de débito, de crédito e múltiplo (débito e crédito) protegem os usuários do WhatsApp Pay. Eles utilizam a tecnologia chamada Visa Cloud Token Service, que criptografa os dados das credenciais de pagamento, armazenando-os com segurança na nuvem. Ainda conforme Manrique, ao realizar a autenticação do portador, o sistema gera um token que permite ao banco associado receber dados do dispositivo do usuário, certificando-se da autenticidade das informações.

“Temos uma tecnologia que embaralha os números do cartão. Se alguém roubar ou clonar o celular, não vai conseguir acessar este número. E são exigidas duas senhas para o acesso. A confirmação é feita em duas etapas”, afirmou.

Ele alerta, no entanto, que “nem o Visa, nem os bancos credenciados ligam para os usuários para pedir dados pessoais, informações bancárias,  senhas ou código do celular. Isto é golpe”, disse.

Cuidados com o Whatsapp Pay

Com quase um mês de utilização, ainda não há um balanço do número de adesões ao WhatsApp Pay no Brasil ou em Minas Gerais, segundo Manrique. O DIÁRIO DO COMÉRCIO identificou usuários, ainda que incipientes, os quais tentaram implantar o novo aplicativo, mas não conseguiram. Um desses entrevistados é o especialista em Direito Digital pela Harvard Law School, Alexandre Atheniense. Pioneiro na defesa de vítimas de crimes virtuais em Minas Gerais, ele alerta que os usuários não estão livres de golpes.

O advogado informou que a tecnologia adotada é segura e já é usada em outros aplicativos como o PayPal, Facebook Pay e o WhatsApp Business. O problema é que as pessoas físicas, conforme o especialista, muitas vezes não checam as referências de quem oferece serviços por e-commerce em aplicativos.

O advogado Alexandre Atheniense lembra que a tecnologia adotada é segura e já é usada em outros aplicativos como o PayPal | Crédito: Divulgação

Ele informou já ter atendido clientes que perderam mais de R$100 mil por fazerem compras sem verificar a idoneidade da empresa com quem negociavam. “A regra é uma só.  Não comprem por impulsividade. Antes de fechar negócio, tentem visitar o site da empresa, procurem referências como no  portal Reclame Aqui, ou no Procon” aconselhou o advogado.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais,  ainda não existem informações sobre a ocorrência de fraudes pelo uso do WhattsApp Pay ou do Pix.  Mas Alexandre explica que os crimes são muito sofisticados. De acordo com ele, há casos em que os fraudadores estão inseridos nas próprias operadoras de telefonia celular. Ainda conforme o advogado, eles oferecem aos estelionatários os dados dos clientes, permitindo aos criminosos acesso a informações pessoais. 

“Os fraudadores estudam as conversas do WhatsApp e mandam pedidos de dinheiro a amigos e familiares. Quando alguém pedir dinheiro pelo aplicativo, antes de qualquer coisa, ligue imediatamente para a pessoa e confirme se é ela mesma que está pedindo o dinheiro. Não façam nada antes”, afirmou. 

Entretanto, os criminosos digitais deixam mais rastros que os do mundo presencial. E, segundo Atheniense, já há tecnologias que permitem a identificação dos responsáveis e legislação suficiente para garantir a devida punição. 

WhatsApp Business

Embora o setor empresarial seja mais cuidadoso, o advogado alerta aos microempreendedores que estão investindo no e-commerce que devem adotar algumas medidas. Ele os aconselha a investirem na contratação de empresas que verifiquem se os dados dos cartões usados pelos clientes são válidos. “As grandes empresas só confirmam a compra depois de fazer essa verificação. Já os pequenos empreendedores, muitas vezes, não fazem esse investimento e são obrigados a ressarcir o dono de cartões roubados usados de forma criminosa para fazer a compra”, explicou.

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