XP enxerga “muito espaço” para expansão no Brasil

Nova York – Ainda há muito espaço para a XP crescer no Brasil. Essa foi a avaliação de Guilherme Benchimol, sócio e fundador da casa de investimentos, em discurso feito para convidados na abertura de capital da empresa na Bolsa de tecnologia Nasdaq ontem.
“Olha a concentração bancária: 90% da poupança do Brasil ainda (está) dentro dos bancos”, disse.
Já na apresentação aberta ao público, Benchimol afirmou, em português e com uma bandeira do Brasil nos ombros, que é preciso ter novos empreendedores no Brasil para gerar mais empregos e oportunidades. “Ajudando as pessoas a investirem melhor, nós vamos ajudar a fazer um Brasil melhor”.
Entre sócios, funcionários e agentes autônomos, aproximadamente 200 pessoas estiveram presentes no IPO da companhia ontem. A casa de investimentos XP deve captar US$ 2,25 bilhões (R$ 9,33 bilhões) em sua abertura de capital.
Os investidores que adquiriram os papéis, que começaram a ser negociados na Bolsa americana ontem, pagaram US$ 27 (R$ 112) por ação. O valor ficou acima do que a empresa havia sinalizado em seu prospecto, que era de US$ 22 a US$ 25 (cerca de R$ 91 a R$ 104).
Ao todo, foram ofertadas 83 milhões de ações neste que é o quarto maior IPO (oferta inicial de ações na sigla em inglês) do ano nos Estados Unidos e o segundo maior de uma empresa brasileira, atrás apenas da PagSeguro – sistema de pagamentos de compras que pertence ao UOL, que tem participação acionária minoritária e indireta no jornal Folha de S.Paulo – em 2018.
Com a precificação, a empresa estreia com valor de mercado de US$ 14,9 bilhões (R$ 61,82 bilhões), o que a coloca entre as 20 empresas brasileiras de capital aberto mais valiosas.
Os papéis da corretora serão negociados sob o código “XP”. A oferta pública inicial da companhia é tanto primária quanto secundária, o que significa que parte do dinheiro captado irá para o caixa da empresa e outra parte, para os acionistas vendedores.
Os principais sócios da companhia são os fundos Dynamo e General Atlantic, além de seu fundador Guilherme Benchimol (Marcelo Maisonnave, outro fundador, deixou a companhia em 2014) e do Itaú Unibanco. A XP Inc. continua detendo ações classe B (que possuem poder de voto dez vezes maior) e terá o equivalente a 56,2% do poder de voto.
Fundos de investimento – Após a estreia, o braço de investimentos da companhia lançou ontem dois fundos de investimento para atender demanda de brasileiros que queiram investir nas ações da XP Inc.
Visando a facilitar o acesso às ações da empresa na Nasdaq, a aplicação inicial é de R$ 500 com proteção à variação do dólar.
Para brasileiros investirem diretamente em ações na Nasdaq é necessário ter uma conta corrente em uma corretora nos Estados Unidos.
Segundo a casa de investimentos, os fundos não irão participar do processo de bookbuilding (avaliação da demanda pelas ações da empresa) do IPO. Em nota, a empresa afirma que a compra das ações da XP Inc. pelos fundos será realizada somente no mercado secundário após o encerramento da oferta, em, no mínimo, dois dias após o início das negociações.
O agendamento para as aplicações dos interessados está aberto desde ontem, com liquidação prevista para amanhã (13). (Folhapress)
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