Finanças

XP prevê temporada de balanços fraca no 3º trimestre

XP prevê temporada de balanços fraca no 3º trimestre
Ao contrário da maior parte dos setores, frigoríficos exportadores devem apresentar fortes resultados com ajuda de preços - Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

São Paulo – A equipe da XP Investimentos aguarda uma temporada de resultados trimestrais relativamente fraca no Brasil, citando um cenário ainda desafiador para a atividade econômica, que impacta as empresas domésticas, conforme relatório distribuído a clientes ontem sobre a safra dos balanços prevista para começar na próxima semana.

“Após um segundo trimestre apontando para uma leve recuperação, esperamos que a atividade econômica brasileira perca um pouco de dinamismo no terceiro trimestre. Essa leve desaceleração decorre principalmente da menor pujança dos setores de consumo de bens duráveis, de setores de serviços centrais, tais como transportes, e da persistente fragilidade da indústria brasileira”, vê a equipe liderada por Karel Luketic.

Eles destacam, contudo, evolução positiva de determinados indicadores que impactam diretamente o ambiente microeconômico das empresas, incluindo o quadro confortável para a inflação e o cenário de juros baixos.

Segmentos – Entre os setores, a equipe da XP estima que o varejo ainda vai refletir o cenário desafiador para a economia e poucos sinais de retomada no consumo, mas avalia que empresas de comércio eletrônico devem ser o destaque positivo, com aceleração do crescimento de vendas e consequente ganho de participação de mercado para B2W e Magazine Luiza, enquanto Via Varejo ainda deve sofrer com o processo de reestruturação da empresa.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Em relação a empresas de shopping centers, veem crescimento de receitas ainda tímido, resultado da atividade econômica ainda fraca e, portanto, de pouco espaço para redução de descontos para lojistas e expansão significativa de vendas.

A contínua demanda enfraquecida e ambiente de preços desafiador também devem pesar nos resultados das siderúrgicas, avaliam.

No setor de transportes, esperam resultados positivos por parte das locadoras de veículos, enquanto aguardam que as companhias aéreas tenham mais um trimestre saudável, embora com custos marginalmente pressionados pela taxa de câmbio.

Para as exportadoras, frigoríficos devem apresentar um trimestre forte novamente, com preços e exportações mais altos, enquanto o setor de carne bovina nos Estados Unidos deve ser o destaque positivo para as empresas que possuem exposição à região, veem os analistas.

Já as mineradoras, na visão da equipe da XP, devem registrar números sólidos, com volumes e preços fortes de minério de ferro, embora os preços mais altos do frete afetem os custos. O setor de papel e celulose, por sua vez, deve continuar sendo impactado por preços de celulose deteriorados e custos ainda elevados.

No caso do setor elétrico, calculam que os resultados das geradoras serão impactados negativamente por uma combinação de cenário hidrológico mais adverso e preços menores do que esperado de energia de curto prazo.

Nas distribuidoras de combustíveis, os analistas da XP afirmam esperar resultados melhores em termos de margens. Já a Petrobras deve reportar desempenho ligeiramente mais fraco, dado que o aumento de produção de petróleo com a entrada de novas plataformas foi compensado por um menor preço do petróleo, avaliam. (Reuters)

Empresas de proteína surgem na contramão

São Paulo – Analistas do BTG Pactual estimam que a temporada de resultados do terceiro trimestre destacará o momento positivo para as empresas de proteína, já que ciclos positivos de commodities e câmbio favorável continuam sustentando margens em bases sólidas, conforme relatório a clientes divulgado ontem.

Thiago Duarte e Henrique Brustolin afirmam manter a preferência pelas companhias ligadas à carne bovina em relação às de aves no trimestre, já que os spreads de gado nos Estados Unidos atingiram os níveis mais altos de todos os tempos, enquanto Brasil e Argentina se beneficiaram dos crescentes preços de exportação de carne bovina.

Para eles, Marfrig deve ser a mais beneficiada desse cenário e publicar um trimestre “estelar”, com todos os olhos focados na geração do fluxo de caixa livre e nas diretrizes anuais. JBS e Minerva devem seguir o exemplo, na visão dos analistas, e divulgar margens sólidas de dois dígitos.

A BRF, por sua vez, deve ter outro trimestre bom, na avaliação de Duarte e Brustolin, que, contudo, não esperam que as margens melhorem sequencialmente, à medida que os spreads de aves se achatam.

A safra de balanços do setor começa com BRF, no próximo dia 8, e continua com Marfrig, dia 11, Minerva, dia 12, e JBS, dia 13. (Reuters)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas