Franquias incorporam produtos financeiros para “fisgar” clientes

A aceleração da digitalização dos negócios imposta ao longo da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022, fez com que a transformação de empresas em bancos – o embedded finance -, se tornasse comum. Com ele, qualquer negócio – inclusive as franquias – pode adicionar produtos e serviços financeiros ao seu portfólio, sem deixar de lado seu core business.

Na prática, o embedded finance integra soluções financeiras diretamente nas plataformas não financeiras das franquias, como os softwares de gestão (ERPs), proporcionando visibilidade centralizada das operações. Segundo um estudo da Deloitte, as opções de serviços financeiros de embedded finance podem ser ampliadas no Brasil, gerando receitas de até R＄ 24 bilhões até 2026.

De acordo com o Chief Operating Officer (COO) da Aarin – hub de tech-fin brasileiro especializado em embedded finance -, Caio Hohlenwerger, a tecnologia pode ajudar as franquias a enfrentar os desafios do gerenciamento das finanças, transações e pagamentos que geram um alto volume de informações diárias dos negócios.

Entre os serviços de embedded finance adotados pelas franquias estão os sistemas integrados de pagamento, serviços de processamento de pagamentos, ferramentas de gestão de caixa e gestão de despesas. A automação incorporada nas operações financeiras pode melhorar a eficiência, reduzir os custos e proporcionar uma experiência mais conveniente para os franqueados, além de reduzir a dependência de tarefas manuais, minimizando erros nos processos.

“Para as franquias, os serviços financeiros embutidos têm dois grandes papéis: o primeiro facilitar a gestão e reduzir custos, oferecendo aos clientes uma jornada mais fluida e, segundo, aumentar a receita criando uma vertical de produtos financeiros. Para escolher em que grau utilizar o embedded finance a empresa precisa pensar os seus objetivos e o grau de maturidade que ela tem em termos de tecnologia”, explica Hohlenwerger.

Um ponto importante para a incorporação de serviços financeiros é a gestão de riscos. Tópicos como segurança de dados, conformidade regulatória, fraude e segurança financeira requerem atenção cuidadosa. As franquias devem ser criteriosas para garantir total aderência às regulamentações financeiras, incluindo proteção do consumidor, combate à lavagem de dinheiro e regulamento geral de proteção de dados.

A chegada do Drex – o Real Digital, prevista para o fim do ano ou início de 2025, deve ser mais um ponto a favor do embedded finance dentro das franquias.

“O Brasil tem um sistema financeiro robusto e o nosso Banco Central tem feito um bom trabalho na incorporação de tecnologia. Assim como o Pix, o Drex traz uma mentalidade e um ferramental digital muito interessante para as empresas e para o público em geral e deve ser rapidamente adotado. Empresas que prestam serviços como a Aarin vão ter, a partir dessa chegada, mais uma camada de atenção do ponto de vista regulatório e tecnológico”, completa o (COO) da Aarin.