Franquias

Outlets oferecem novos pontos para franquias

Redes ajustam formatos e logística para atender à demanda concentrada nos fins de semana e às novas rotinas de consumo fora dos grandes centros
Outlets oferecem novos pontos para franquias
Foto: Divulgação Divino Fogão

Se, tradicionalmente, ruas movimentadas e shopping centers são os pontos preferidos pelas franquias, novos espaços estão sendo descobertos para a expansão física desses empreendimentos e, entre eles, chamam a atenção os outlets. Enquanto conjuntos comerciais, aeroportos, rodoviárias e galerias já aparecem como possíveis pontos para uma série de negócios, independentemente do segmento, os outlets começaram a chamar a atenção de franqueadoras e candidatos a franqueados recentemente.

Atualmente com mais de 220 unidades, a rede Divino Fogão tem cinco lojas em outlets entre São Paulo e Minas Gerais. A franquia se prepara para abrir mais uma unidade, ainda neste mês, desta vez no Só Marcas Outlet, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

De acordo com o diretor de Operações do Divino Fogão, Emiliano Silva, diferentemente de um shopping tradicional, que tem movimento o dia todo e todos os dias, o outlet tem muito mais frequentadores no fim de semana, chegando a quintuplicar o número de visitantes. Por isso, a principal estratégia está relacionada à gestão de estoque e equipe.

Emiliano Silva
Para Emiliano Silva, principal estratégia para esse modelo está relacionada à gestão de estoque e equipe | Crédito: Divulgação Divino Fogão

“É preciso muito cuidado para dimensionar equipamentos e estoque porque os picos são muito altos na comparação com um shopping comum. O mesmo acontece em relação às pessoas. A equipe precisa dar conta. Também é necessário entender que os outlets estão longe dos centros das cidades, geralmente às margens das rodovias, e isso tem impacto sobre os hábitos de consumo e também sobre a atração de mão de obra”, avalia Silva.

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Via de regra, o investimento para a abertura de uma unidade em outlet é muito parecido com uma unidade em um shopping center tradicional. Para o vice-presidente da Vertical de Scale Up do Ecossistema 300 Franchising, Vinícius Barreto, as franquias devem observar com cautela cada tipo de ponto e preparar um formato ideal para cada um deles. Deve, ainda, caracterizar com precisão o perfil de franqueado ideal para cada tipo de operação.

“Passada a pandemia havia uma expectativa de que os aluguéis e as negociações ficariam mais suaves, mas isso não aconteceu com os shoppings. Isso acabou empurrando as franquias para outros pontos comerciais, como os outlets. Ao mesmo tempo, esses espaços ganharam público e quem sai para comprar quer se alimentar e ter outros serviços no mesmo lugar. Mas é preciso que as franqueadoras formatem modelos para esses novos espaços e que os franqueados dediquem tempo à escolha do ponto de modo que ele atenda também o seu plano de vida”, destaca Barreto.

Vinícius Barreto
Barreto: espaços ganharam público | Crédito: Divulgação 300 Franchising

A Jah Açaí, Sorvete e Picolés é outra que inaugurou operações em outlets. A rede criada em Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas, em 2009, já ultrapassou a marca de 180 unidades, em 14 estados, e acaba de transformar o seu quiosque do Só Marcas Outlet na sua primeira loja em um mall do gênero.

Segundo o CEO da Jah, Rafael Corte, as franquias demoraram a entender as especificidades dos outlets e formatar modelos de negócios exclusivos para esses espaços.

Rafael Corte
Corte: existe uma mudança no formato | Crédito: Divulgação Jah Açaí

“Os outlets brasileiros são ancorados no modelo norte-americano, sendo um ambiente exclusivo de compra e que você se programa para ir. O que percebemos é que existe uma mudança no formato, com eles ficando mais perto, mais dentro das cidades e mais frequentados. Eles estão se tornando também centros de lazer, com espaços amplos, bonitos e arborizados. O Só Marcas mostra isso. Os outlets estão ocupando um espaço que foi dos shoppings, da compra por oportunidade, além da oportunidade para comprar barato. No Só Marcas saímos de um quiosque para loja. De só praticidade para experiência”, explica Corte.

Além dos outlets, postos de gasolina são muito mais que conveniência para franquias

A digitalização do varejo acelerada nos anos da pandemia de Covid-19, entre os anos de 2020 e 2022, principalmente, não fez com o que o varejo físico perdesse importância, conforme teorias que circulavam naquela época afirmavam. O certo, porém, é que o mundo jamais voltará a ser como era no fim de 2019 e a necessidade de responder novas demandas do consumidor e oferecer formatos de menor custo e maior rentabilidade para os candidatos a franqueados se impôs fortemente.

Assim, as franquias estão descobrindo não só outlets, como também postos de gasolina para muito além das lojinhas de conveniência. O próprio Divino Fogão está prestes a abrir a primeira unidade em um posto de gasolina na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. E mais uma unidade já está em negociação nos arredores de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais. O objetivo é ajudar a profissionalizar um segmento ainda marcado pelo improviso, com boa parte dos estabelecimentos conduzidos pelos proprietários dos postos, com pouca ou nenhuma experiência no ramo da alimentação fora do lar. 

“Minas, com a maior malha rodoviária do País, é o lugar ideal para o modelo de postos de gasolina. Nosso propósito é ser uma opção de comida de excelente qualidade e preço acessível para os viajantes, em um lugar agradável e com infraestrutura”, destaca o diretor de Operações do Divino Fogão.

A rede Vaapty – que atua no segmento de intermediação de venda de veículos usados a partir de uma plataforma que conectada com mais de 25 mil possíveis compradores -, também busca novos pontos comerciais. A rede virou franquia em 2021, atualmente tem 350 unidades vendidas em todo o País, almeja chegar a 500 franquias ainda em 2025.

Em Minas Gerais, são 24 franquias vendidas, sendo 15 em operação: Juiz de Fora, Muriaé e Ubá (Zona da Mata), Uberaba e Uberlândia (Triângulo Mineiro), Alfenas, Pouso Alegre, Varginha, Passos, Poços de Caldas e Conceição do Rio Verde (Sul de Minas), São João del-Rei (Campo das Vertentes), Paracatu e Unaí (Noroeste), Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Montes Claros (Norte de Minas), Divinópolis (Centro-Oeste), além da Capital.

O fundador da Vaapty, Ycaro Martins, pontua que franqueadora e franqueados têm a obrigação não só de escolher os melhores pontos, mas também entender as especificidades de cada um para tirar o melhor proveito. O empresário está lançando a Vaapty Motos. O objetivo é chegar ao fim do ano com 100 unidades comercializadas. 

“Está cada vez mais complexo encontrar pontos bem posicionados e uma má escolha pode, até, inviabilizar o negócio. Criamos um modelo chamado ‘check-in point’ que pode ser instalado em postos de gasolina, estacionamentos de shoppings, outlets e hipermercados. A estratégia é levar comodidade ao cliente. Se ele está abastecendo, porque não fazer a avaliação do carro? A missão do franqueado é entender o perfil do lugar onde está e traçar a melhor estratégia de marketing, aproveitando a sinergia com o empreendimento que o recebe, otimizando o uso daquele ponto”, ensina Martins.

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