Estado reconhece requeijão moreno como queijo artesanal de Minas Gerais

O Governo de Minas reconheceu o requeijão moreno como um dos queijos artesanais de Minas Gerais. A resolução foi publicada no Diário Oficial do último sábado (27), com os objetivos de promover e valorizar o produto, incentivar a proteção do seu modo de fazer e a sua produção sustentável, com geração de empregos e renda nas regiões produtoras.
No Vale do Mucuri, por exemplo, têm produção expressiva do queijão moreno, os municípios de:
- Ataleia,
- Catuji,
- Franciscópolis,
- Frei Gaspar,
- Itaipé,
- Ladainha,
- Malacacheta,
- Novo Oriente de Minas,
- Ouro Verde de Minas,
- Pavão,
- Poté,
- Setubinha e
- Teófilo Otoni.
Nesses locais, foram identificados pelo menos 54 produtores desse tipo de queijo, conforme dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Outras localidades de Minas também podem ser demonstradas produtoras tradicionais, algo que será analisado durante os estudos do governo para a caracterização da iguaria. Porteirinha, na região Norte, é mais uma referência na produção.
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Requeijão moreno
Durante séculos, o requeijão moreno é parte da cultura mineira, apesar de ser esta a primeira vez que recebe o reconhecimento adequado.
A produção permeia a história de povoação do Vale do Mucuri e outras regiões, sendo uma prática ensinada e aprendida ao longo das gerações, de forma a perpetuar a tradição familiar.
Ao reconhecer o requeijão moreno como queijo artesanal de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) formaliza a sua existência e dá um passo importante na promoção desse queijo.
Produção do requeijão
O produto é elaborado a partir do leite cru coagulado naturalmente e é obtido da fusão entre creme de leite cozido e massa de coalhada dessorada e lavada. A sua cor varia do amarelo ao marrom, com textura firme, sem olhaduras e de consistência homogênea.
São produzidos formatos diversos, de esférico a retangular. A casca é fina e o sabor levemente defumado.
Reconhecimento
Em Minas, o reconhecimento de variedades de queijos artesanais e a caracterização das regiões produtoras são prerrogativas do Estado.
Para isso, a Secretaria de Agricultura, a Emater-MG, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) seguem um protocolo de ações.
A Epamig realiza pesquisas sobre a segurança do consumo desses produtos ou valida estudos de instituições parceiras. A Emater-MG faz o levantamento histórico da produção para fundamentar a caracterização das regiões produtoras, além de prestar assistência técnica aos produtores. E o IMA publica portarias, normativas e regulamentos que abrem portas para o mercado formal.
A Seapa participa de todo o processo, recebe demandas, constrói notas técnicas e dá direcionamentos. Além disso, elabora políticas públicas de valorização e promoção do queijo artesanal.
O próximo passo para a contínua valorização do requeijão moreno é o regulamento do produto, realizado pelo IMA. Esse documento estabelecerá normas para a produção e comercialização em queijarias e entrepostos localizados em microrregiões definidas, caracterizadas ou não como produtoras da iguaria.
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