Estresse e saúde mental levam trabalhadores a pedir demissão no Brasil, mostra MTE
Mulheres, jovens, pretos, pardos e indígenas são os grupos que mais relataram impactos na saúde mental como fator para pedir demissão voluntária, segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A pesquisa ouviu 53.692 trabalhadores que se desligaram por vontade própria entre novembro de 2023 e abril de 2024.
Do total, 23% afirmaram que questões emocionais ligadas ao ambiente ou à carga de trabalho contribuíram para a decisão de sair do emprego — o equivalente a 12.399 pessoas.
Justificativa dos pedidos de demissão conforme recortes de gênero e raciais
O recorte por gênero mostra que 29% das mulheres mencionaram a saúde mental comprometida pelo estresse do trabalho como motivador para pedir demissão, contra 18% dos homens. Entre os mais jovens, a prevalência também foi significativa: 26% dos trabalhadores de 18 a 24 anos e 25% dos que têm entre 25 e 29 anos apontaram desgaste emocional como fator determinante.
Na análise por raça e cor, 27% dos indígenas relataram o problema, seguidos por 23% de pretos, pardos e brancos. Entre os trabalhadores amarelos, o índice foi de 20%.
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As regiões Sudeste (exceto São Paulo) e Nordeste concentraram os maiores percentuais de relatos, com 25% dos entrevistados mencionando sofrimento psíquico associado ao trabalho como causa para a saída do emprego.
O levantamento foi realizado a pedido do ministro do MTE, Luiz Marinho, para entender os motivos do aumento dos desligamentos, segundo informações do Caged. Em 2023, 7,4 milhões de trabalhadores – representando 34% do total – pediram demissão. Já em 2024, conforme dados do MTE, 8,5 milhões de brasileiros optaram pelo desligamento voluntário.
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