Pesquisa diz que 49% das brasileiras empregadas temem por sua segurança

A segurança no mercado de trabalho é um fator que ainda precisa ser aprimorado para garantir o bem-estar de todos os funcionários, especialmente das mulheres. Segundo a pesquisa “Women @ Work 2024: A Global Outlook”, realizada pela consultoria Deloitte, 49% das brasileiras empregadas estão inseguras com sua segurança, tanto nas empresas, quanto no trajeto ao emprego e em viagens empresariais.
Entre o público feminino, as principais preocupações incluem a perda de direitos, agressões físicas ou verbais e assédio.
Uma em cada quatro mulheres (24%) afirmaram terem sido vítimas de assédio no atendimento a clientes e 13% disseram terem sofrido o mesmo tipo de violência durante viagens a trabalho e por colegas no ambiente de trabalho.
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Além disso, cerca de 18% afirmaram que o local de trabalho está localizado em uma vizinhança não segura, o que poderia resultar em assédios ou ataques.
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Outros dados alarmantes que constam na pesquisa são o percentual de brasileiras que sofreram assédio sexual (40%) e o volume de vítimas que não denunciaram os ocorridos (60%).
Entre os motivos listados para as vítimas não terem denunciado o crime, 58 entrevistadas responderam que:
- estavam preocupadas de que as violências poderiam piorar – 19%
- afirmaram que tinham o receio de não serem levadas a sério – 17%
- estavam preocupadas de que sua carreira poderia ser impactada negativamente – 12%
Canal eficiente para denúncias pode mitigar o problema
Segundo um levantamento criado pelo Grupo Iaudit, no ano passado, a agressão, o abuso de poder e o assédio moral fizeram parte de 41% das denúncias no mercado de trabalho. Caso uma empresa possua um canal de reclamações eficaz, que garanta o anonimato da vítima, além de estar ligado a métodos de contratação que apresentam o histórico do candidato, poderá construir um ambiente de mais segurança aos funcionários, especialmente às mulheres.
De acordo com o CEO da empresa, Rodolpho Takahashi, o recurso é considerado importante não só para as vítimas, como também para a governança corporativa.
“Esse mecanismo confidencial e muitas vezes anônimo permite que colaboradores reportem condutas inadequadas como fraude, assédio e discriminação sem medo de represálias. Não é apenas uma linha direta para problemas legais, mas um pilar para manter a cultura corporativa alinhada com os valores éticos da empresa”, afirma Takahashi.
Raio-x da condição dos direitos das mulheres
O estudo da Deloitte também revelou os principais direitos das mulheres que as entrevistadas brasileiras afirmam ter se deteriorado ao longo do ano passado.
- viver livre de violência – 28%;
- ter uma renda igualitária – 26%;
- direito ao voto – 16%;
- possuir uma propriedade – 13%;
- ter acesso ao melhor padrão de cuidado da saúde mental – 13%;
- viver livre de descriminação – 12%;
- direito a educação – 9%;
- ter acesso ao melhor padrão de cuidado da saúde mental – 8%;
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