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Burnout afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros; veja como evitar

Especialista sugere como a neurociência e pequenas mudanças de hábitos podem melhorar o desempenho profissional
Burnout afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros; veja como evitar
Crédito: Adobe Stock

O burnout, transtorno mental associado ao esgotamento físico e emocional, ganhou destaque em 2022, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) o incluiu na lista de doenças ocupacionais. No Brasil, estima-se que cerca de 30% dos trabalhadores sejam afetados por essa condição, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). 

A síndrome não só compromete a saúde dos trabalhadores, mas também pode levar a afastamentos do trabalho, como explica a head jurídica do escritório Montalvão & Souza Lima Advocacia de Negócios, Nayara Felix. 

“O burnout é reconhecido como uma doença ocupacional, e isso garante ao trabalhador direitos legais, desde que o diagnóstico seja confirmado por perícia médica”, orienta.

Com a pressão constante para ser produtivo e equilibrar a vida pessoal e profissional, manter a saúde mental tornou-se um desafio crescente. No entanto, cuidar do cérebro, nosso principal “músculo” mental, é fundamental para enfrentar as exigências diárias. 

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A psicóloga e coach de carreira, Elisheva Patrícia Cesco, ressalta a importância de adotar práticas que favoreçam o bom funcionamento cerebral. “Num cenário de incertezas, é essencial cuidar do cérebro para otimizar seu desempenho”, destaca.

Pequenas mudanças para um grande impacto

Elisheva Cesco aponta que o autocuidado começa com ajustes simples na rotina, capazes de trazer grandes benefícios para a saúde mental e melhor desempenho no trabalho. O descanso adequado, por exemplo, é crucial. 

A especialista alerta que dormir menos de sete horas por noite pode aumentar o risco de problemas cognitivos, como a demência. A prática regular de exercícios físicos também é fundamental, pois melhora a oxigenação cerebral e promove o desenvolvimento de neurônios. 

“Estudos mostram que o exercício regular pode melhorar a função executiva e a memória de trabalho”, afirma.

Outro ponto importante é a hidratação. Como o cérebro é composto em grande parte por água, mesmo uma leve desidratação pode prejudicar suas funções. Além disso, simplificar o ambiente de trabalho e o espaço doméstico pode ajudar a manter o foco e reduzir o estresse. 

“Ambientes organizados e tranquilos são essenciais para preservar a clareza mental e a criatividade”, recomenda Elisheva Cesco.

Essas mudanças não só beneficiam a saúde geral, mas também refletem diretamente no desempenho no trabalho. “Conectar mente e corpo melhora o funcionamento cerebral e a capacidade de enfrentar desafios no ambiente profissional”, conclui a psicóloga.

Saúde mental como chave para a produtividade

Adotar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e atividade física regular, tem um impacto direto na tomada de decisões e na resposta ao estresse.

Segundo a neurociência, além de hábitos saudáveis, é fundamental exercitar a plasticidade cerebral, que amplia a capacidade do cérebro de se adaptar e enfrentar diferentes situações. “A neuroplasticidade é vital para explorar todas as capacidades cerebrais e se adaptar às circunstâncias”, explica Elisheva Cesco.

Inspirada nas pesquisas da neurocientista Tara Swart, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Elisheva Cesco sugere que dominar as emoções, compreender a conexão entre cérebro e corpo e utilizar a intuição e a lógica são práticas essenciais para manter a motivação e a criatividade em alta.

Confira as principais práticas para fortalecer o cérebro e a saúde mental

  1. Descanso: dormir de 7 a 9 horas por noite é essencial. A falta de sono impede o cérebro de eliminar toxinas, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como a demência.
  2. Alimentação: o cérebro consome 20% da energia que ingerimos. Uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais e gorduras saudáveis é fundamental para o bom funcionamento cerebral.
  3. Hidratação: com 78% do cérebro composto por água, manter-se hidratado é crucial. A desidratação, mesmo que leve, pode prejudicar as funções cognitivas.
  4. Oxigenação: exercícios físicos regulares, como o treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), ajudam a manter e desenvolver os neurônios.
  5. Simplificação: organizar o ambiente de trabalho e o espaço doméstico ajuda a reduzir distrações e preservar a clareza mental.

Essas práticas, segundo Elisheva Cesco, são essenciais para garantir um bom desempenho no ambiente corporativo e uma vida mentalmente saudável.

(Com informações da Folhapress)

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