Gestão

Home office está em crise? O que explica a perda de engajamento nas empresas

Demissões recentes e dificuldades de engajamento reacendem o debate sobre a eficácia do trabalho remoto
Home office está em crise? O que explica a perda de engajamento nas empresas
Foto: Reprodução Unsplash

Antes visto como uma tendência no mercado de trabalho, especialmente após a pandemia, o home office foi colocado em xeque nos últimos meses. Um dos episódios que mais chamaram atenção foi a demissão de cerca de mil funcionários do Itaú Unibanco, em setembro, motivada, entre outras razões, pela alegação de queda na produtividade.

A situação também levantou questionamentos sobre o engajamento das equipes no modelo de teletrabalho. “Por mais que os modelos híbrido e remoto sejam atrativos, tanto empresas quanto trabalhadores não estavam preparados para uma mudança tão abrupta. O que vemos hoje é consequência da falta de planejamento, orientação e adaptação. Não existe um único culpado — trata-se de uma falha sistêmica de preparo”, afirma a CEO da Moema Medicina do Trabalho, Tatiana Gonçalves.

O cenário reacende o debate sobre se o home office e o trabalho híbrido estão realmente em crise ou se atravessam apenas uma fase de ajuste.

Monitoramento e produtividade: a realidade por trás do home office

Algumas empresas utilizam métricas digitais detalhadas para monitorar a produtividade, como:

  • monitoramento da memória e do uso do computador,
  • quantidade de cliques,
  • abertura de abas,
  • inclusão de tarefas em sistemas internos
  • e registro de chamados.

Home office e híbrido: desejo versus prática

A implementação efetiva do modelo exige adaptações significativas nas políticas internas, na infraestrutura tecnológica e na organização dos contratos de trabalho. É preciso ter atenção, por exemplo, à Lei nº 14.442/22, que regulamenta o trabalho híbrido e remoto, e à NR 17, que trata da ergonomia no ambiente laboral.

Infraestrutura e segurança

É necessário revisar políticas de trabalho, oferecer tecnologia adequada para a comunicação remota e presencial e garantir que os contratos estejam adaptados às novas exigências legais. A segurança da informação também é uma preocupação central.

Resistência dos empregadores e reconfiguração da gestão

Muitos líderes ainda não se sentem confortáveis com a ideia de não estarem fisicamente presentes para supervisionar suas equipes. A adoção do trabalho híbrido exige autonomia, responsabilidade e uma compreensão mais detalhada das condições em que cada colaborador se encontra.

Futuro do trabalho: equilíbrio entre o presencial e o híbrido

Apesar dos desafios, o trabalho híbrido e o home office continuam sendo opções promissoras para empresas que buscam reter talentos e melhorar a satisfação de seus colaboradores. Contudo, a adoção exige paciência, adaptação e aprendizado contínuo por parte das organizações.

Em síntese, flexibilidade e adaptação serão fundamentais para que as empresas consigam equilibrar trabalho híbrido, home office ou presencial, garantindo produtividade, segurança e bem-estar para todos.

Colaborador

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