Negócio da China: o que a cultura chinesa tem a ensinar aos gestores brasileiros

Consolidada como a segunda maior economia do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, a China tem práticas que podem auxiliar gestores brasileiros a alcançar o sucesso. Atualmente, o país asiático é referência em áreas como inteligência artificial (IA), saúde digital, logística autônoma e varejo integrado.
Diante disso, gestores de diversas partes do mundo têm buscado inspiração no modelo chinês que preserva valores como hierarquia, disciplina coletiva e respeito à autoridade, ao mesmo tempo em que impulsiona ecossistemas altamente conectados como os de Shenzhen, Shanghai e Pequim.
“A China não é só uma nação moderna. É uma civilização que pensa em séculos, não em ciclos de governo. Esse senso de continuidade molda um povo que valoriza o coletivo, a hierarquia e o esforço coordenado. Para o gestor brasileiro, que muitas vezes pensa apenas no curto prazo, isso é uma mudança de paradigma”, explica o diretor da Farmarcas, Jhonatan Teixeira, que passou por uma imersão na China.
O que o país pode ensinar para os gestores no Brasil
A partir da experiência vivenciada em solo chinês, Jhonatan Teixeira destacou alguns pontos que merecem a atenção de gestores nacionais:
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Integração entre o digital e o físico
“As farmácias não são apenas pontos de venda: são minicentros de saúde, conectados a plataformas de dados, inteligência artificial e atendimento clínico remoto. Isso muda completamente a experiência do consumidor e a eficiência operacional”, explica.
Tecnologia a serviço do consumidor
Empresas como JD.com e Alibaba estão transformando o varejo farmacêutico, por exemplo, com IA preditiva, logística autônoma, big data e consultas médicas via app. Há também o uso de robôs da Taimi em farmácias físicas.
Foco em escala em estrutura
“No Brasil, muitas empresas ainda operam com sistemas desconectados e foco excessivo no custo imediato. A China ensina que investir em infraestrutura digital, logística inteligente e dados gera retorno sustentável e diferenciação competitiva”, explica o gestor.
Importância do relacionamento institucional e da visão sistêmica
“Empresas, governo, universidades e hospitais caminham em sintonia. É o conceito de ‘guanxi’ em ação — uma rede de confiança e influência que reduz atritos e acelera a inovação. No Brasil, ainda temos muita fragmentação”, ressalta o executivo.
Cultura e estratégia alinhadas
“O Brasil é criativo, mas muitas vezes disperso. A China mostra que com visão estratégica e disciplina coletiva é possível entregar soluções robustas em larga escala. Isso serve tanto para o setor privado quanto para as políticas públicas”, conclui.
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