Em MG, salários de mulheres são 21,6% menores que o de homens, mostra relatório

As mulheres em Minas Gerais ganham 21,6% a menos do que os homens. O índice é maior que a média nacional que mostra a diferença salarial, quando o salário delas é 19,4% menor do que o deles. Os dados estão no 1º Relatório de Transparência Salarial já publicado no país com recorte de gênero.
O documento, divulgado nesta segunda-feira (25) pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres reúne informações de quase 5 mil empresas mineiras com 100 ou mais funcionários – perfil exigido pela lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens para apresentar os dados para o Governo Federal.
Foram exatas 4.973 empresas mineiras que responderam ao questionário, que empregam juntas 1,68 milhão de pessoas.
Veja, a seguir, alguns destaques revelados pelo relatório.
Diferença salarial entre homens e mulheres em cargos de liderança
A diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grupo ocupacional. No estado de Minas Gerais, nos cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença chega a 28,5%.
Diferença salarial entre mulheres negras e não negras
Quando o recorte é feito por raça, o estudo aponta um certo equilíbrio entre os dados de mulheres negras e não negras empregadas nas empresas. São 313,8 mil mulheres negras e 307,3 mil não negras com registro.
Entretanto, a diferença de remuneração ainda é presente, registrando uma diferença a mais de 25%, em média, para as mulheres não negras. Apesar de menor a diferença, os homens negros também recebem menos que o não negro – a diferença entre eles é de 21,7%.
Políticas de incentivo à contratação de mulheres nas empresas de MG
Os dados que as empresas enviam ao Governo Federal também revelam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de estímulo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
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No caso de Minas Gerais, a pesquisa registrou que:
- 45,6% das empresas possuem planos de cargos e salários
- 41,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência
- 35,4% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres
- 29,3% adotam incentivos para contratação de mulheres negras
Políticas inclusivas ainda atingem menos de 30% das empresas
Poucas empresas ainda adotam políticas como licença-maternidade (ou paternidade) estendida (14%) e auxílio-creche (12,6%).
Quanto às políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, somente 24% das empresas alegaram possuir e 27,2% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência.
As mulheres vítimas de violência ainda ganham pouca notoriedade ou preferência das empresas mineiras que informaram ao Governo, sendo que apenas 5,3% possuem programas específicos de incentivo à contratação delas.
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