Especialização é o grande desafio para os administradores de empresas

Desenvolver uma carreira diante da diversidade de áreas possíveis para o profissional de administração de empresas tem sido o maior desafio para os trabalhadores que atuam no setor. A avaliação é do presidente do Conselho Regional de Administração de Minas Gerais (CRA-MG), Jehu Aguilar. Às vésperas do Encontro Regional dos Profissionais de Administração da Região Sudeste, que acontece em Belo Horizonte até o dia 26 de setembro, Aguilar concedeu entrevista para o Diário do Comércio e comentou sobre as dificuldades e perspectivas da profissão, tema central do encontro.
Em um cenário de constantes transformações e rápidas mudanças sociais, tecnológicas e econômicas, faltam no mercado administradores especializados nas mais diversas áreas de atuação que se renovam a cada dia, conforme Aguilar. Segundo o presidente, são nos cenários mais adversos que surgem as maiores oportunidades para o administrador.
“Ele ocupa todos os lugares, busca alternativas e traz soluções. Agora, por exemplo, precisou-se pensar em soluções para as exportações. [Se referindo ao tarifaço dos Estados Unidos]. O administrador entrega qualidade, diversifica produtos, controla preços, traz economia, está nas startups, no empreendedorismo, nos empreendimentos de esporte, de games, no compliance, no ESG. Tudo isso tem que ter gestão e pessoas especializadas”, afirma.
Entretanto, a atualização profissional torna-se um desafio para esses os administradores, uma vez que nem sempre a academia, as empresas de capacitação ou até as próprias organizações, avançam na mesma velocidade que o cenário mundial.
“A gente vive aquele turbilhão de conflitos e enquanto administradores temos que estar tecnicamente preparados para enfrentar estas ondas. Teve pandemia, tiveram os eventos climáticos, as constantes questões econômicas. Somos os primeiros a ser procurados nesses momentos para saber o que fazer”, avalia o presidente do CRA-MG.
Ele ressalta que faltam cursos e capacitações para atender esta demanda. “Precisamos de mais cursos voltados para a realidade, cursos que possuem práticas. Podemos ter aulas diferenciadas, precisamos de mais metodologias ativas, não adianta ficar só na teoria. Tem que ter teoria sim, mas temos que colocar a mão na massa”, diz.

Segundo Aguilar, o papel do administrador é trazer os resultados positivos esperados pela empresa. “Se não tem este resultado, o administrador precisa buscar alternativas para ter sucesso e correr atrás deste resultado. Manter a empresa em alta é o nosso objetivo”, comenta.
Para isso, a tecnologia tem sido uma grande aliada. Ele relembra que trabalhos que antes demoravam horas para serem produzidos como a criação de um indicador, atualmente são feitos em tempo real com o uso da tecnologia. “Ela veio para nos proporcionar maior crescimento, para fazermos entregas mais diversificadas e termos mais segurança. Hoje temos condições de fazer gestões mais assertivas e prever um futuro com mais segurança em todos os aspectos, porém é preciso ter criatividade”, alerta.
O presidente da CRA-MG diz confiar nas gerações futuras e numa mudança cultural. “É uma geração muito exigente e tenho a impressão que vão usar a tecnologia para tudo”, comenta. Entretanto, se eles não buscarem soluções criativas, que é o que estamos precisando, eu não sei o que vai ser. Mas eu tenho certeza que eles vão se ajeitar”, acredita.
Segundo Jehu Aguilar o mercado está ávido por profissionais com conhecimentos específicos e técnicos. Por isso, o Encontro Regional dos Profissionais de Administração da Região Sudeste vai debater temas como:
- economia criativa,
- inovação,
- atuação feminina,
- gestão esportiva,
- perícia,
- saúde mental e
- espiritualidade nas organizações
“Temos que ter uma visão holística. Precisamos pensar na saúde mental e elevar nosso espírito. Precisamos de tolerância, ter paciência, tudo que nós não estamos tendo. Precisamos fazer este resgate para termos pessoas humanas no mercado, profissionais criativos e humanistas, que se respeitem e que andem juntos para fazer acontecer”, concluiu.
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