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Executivas falam sobre a conjuntura da saúde no Brasil pelo viés de liderança, políticas públicas e transformação

Debate aconteceu durante o Arena de Conteúdos promovido pela Hospitalar, na capital paulista
Executivas falam sobre a conjuntura da saúde no Brasil pelo viés de liderança, políticas públicas e transformação
Encontro reuniu quatro mulheres de uma nova geração de lideranças comprometidas com a humanização | Foto: Agnaldo Pedro Oficina da Imagem/ Anbiotec Brasil

Na tarde desta sexta-feira (23), aconteceu, durante a Hospitalar 2025, maior evento dedicado à saúde na América Latina, a Arena HIS +Sustentabilidade, proposta de programação de conteúdos que reúne os assuntos mais pontuais sobre o atual cenário da saúde nas esferas nacionais e global.

Desta vez, o painel “Transformação Coletiva: Como lideranças estão redesenhando a saúde” trouxe para o centro da discussão a protagonização das mulheres em cargos de comando em empresas e instituições e a perspectiva de cada uma sobre políticas públicas, vivências e transformações de impacto neste setor.

O encontro reuniu quatro mulheres que não apenas ocupam posições estratégicas em instituições de referência, mas que também simbolizam uma nova geração de lideranças comprometidas com a humanização, a inovação e a eficiência do sistema de saúde brasileiro.

O debate, que foi moderado pela diretora executiva da Fesaúde-SP e do SindHosp, Lajissa Eloi, trouxe reflexões profundas sobre os desafios da gestão em saúde, a importância das conexões entre lideranças e o papel fundamental da diversidade na construção de um setor mais resiliente e inclusivo.

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Abrindo a conversa, a diretora executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Milva Pagano, destacou que nenhum avanço na saúde acontece de forma isolada. Ela defendeu que o futuro da saúde depende da capacidade das lideranças de se conectarem, compartilharem experiências e construírem soluções colaborativas.

“Transformar a saúde é um exercício diário de escuta e articulação. Não é sobre uma liderança que impõe, mas sim sobre uma liderança que une”, afirmou Milva, ressaltando que o setor da saúde é um ecossistema altamente interdependente, onde articulação e parcerias são indispensáveis para alcançar mudanças sustentáveis.

Na sequência, a recém-nomeada diretora executiva do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs), Nathalia Nunes, avaliou qual é a perspectiva contemporânea sobre o papel das lideranças em um setor marcado por rápidas transformações tecnológicas e profundas demandas sociais. Ela destacou que novos modelos de gestão exigem mais do que eficiência técnica: pedem sensibilidade, ética e coerência.

“Hoje, liderar é muito mais do que entregar indicadores. É inspirar confiança, criar espaços seguros para inovação e garantir que cada decisão tenha um impacto positivo real. Estamos em um momento em que precisamos de líderes que construam o setor e entreguem o que ele verdadeiramente necessita”, declarou Nathalia, enfatizando a importância de decisões que promovam valor em saúde, qualidade assistencial e bem-estar social.

Inovação precisa estar acessível às pessoas, diz executiva

Em seguida, Vanessa Silva da Silva, presidente executiva da Associação Nacional das Empresas de Biotecnologia e Ciências da Vida (Anbiotec Brasil), reforçou a necessidade de integrar inovação tecnológica com políticas públicas mais alinhadas à realidade dos profissionais e pacientes do sistema de saúde. Atuando à frente de uma entidade que representa startups maduras com entrega, além de indústrias de vários portes, incluindo multinacionais, e instituições de ensino e pesquisa, Vanessa chamou a atenção para a responsabilidade das lideranças em garantir que a inovação seja acessível e orientada para resolver problemas concretos.

“A inovação precisa ser acessível e resolver problemas reais. Quando lideramos com propósito, conseguimos equilibrar ciência, gestão e impacto humano. No nosso caso, a biotecnologia é o puro impacto social. Mas ela só fará sentido de verdade se tiver o acesso às pessoas. Discute-se muito sobre segurança, sobre inovações, e nada fica preso nesse discurso; nada adianta a pesquisa também ficar entre as quatro paredes da universidade, se ela não receber estímulos e estar acessível à população. Esse é um ponto crítico que é preciso ser enfrentado”, destacou.

A executiva também pontuou que a crescente presença feminina em cargos de decisão tem contribuído para trazer mais empatia, responsabilidade social e visão sistêmica para o setor, criando soluções mais conectadas com as necessidades da sociedade.

O painel foi unânime em reforçar que a transformação da saúde no Brasil passa, inevitavelmente, por uma mudança de mentalidade — uma transição que valoriza a colaboração, a humanização e a eficiência, sem abrir mão da inclusão e da diversidade. As líderes mostraram, com suas trajetórias e reflexões, que as lideranças femininas estão abrindo novos caminhos.

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