Gestão

Falta de conhecimento sobre IA gera preocupação entre os CEOs da América Latina

O percentual de executivos preocupados com o uso da IA na América do Sul supera a média mundial
Falta de conhecimento sobre IA gera preocupação entre os CEOs da América Latina
Foto: Reprodução Adobe Stock

A maioria (77%) dos executivos de empresas com mais de 250 funcionários na América do Sul teme que a falta de conhecimento em relação à Inteligência Artificial (IA) possa dificultar a tomada de decisões. De acordo com um estudo realizado pela Cisco, esse percentual está acima da média mundial, que é de 74% dos CEOs entrevistados.

Além disso, 58% dos executivos ouvidos no mundo todo apresentaram receios a respeito da possibilidade desse gap no conhecimento limitar também o crescimento da empresa, a ponto de colocar em risco as oportunidades de mercado e ficar para trás em relação aos concorrentes. No entanto, 97% já planejam a integração da IA, mas apenas 1,7% deles se sentem totalmente preparados para esse uso.

Para o diretor de produtos da Cisco, Jeetu Patel, a velocidade nas ações é um fator importante em um cenário dinâmico onde a concorrência é acirrada. “Os líderes que agem hoje de forma decisiva para construir redes resilientes e preparadas para o futuro serão os líderes avançados em IA que geram valor real para os seus negócios. Eventualmente, existirão apenas dois tipos de empresas: aquelas que são empresas de IA e as que são irrelevantes”, afirma.

A pesquisa demonstra que mais de 70% dos CEOs em nível mundial estão preocupados com a possibilidade de “perder espaço” para os concorrentes e também oportunidades devido aos gaps de TI e de infraestrutura. Segundo o estudo, esses receios já estão representando perdas reais para as empresas.

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Além disso, 52,1% dos executivos na América do Sul demonstraram alguma atenção ao fato de que a falta de investimento em tecnologia possa estar lhe custando vantagens competitivas, no cenário mundial, essa taxa sobe para 53% dos entrevistados.

O levantamento ainda aponta que os executivos planejam investir em conhecimentos e competências, atualizando a infraestrutura e melhorando a segurança para se prepararem para as exigências da IA, e para transformar esse medo em progresso.

Os CEOs da América do Sul afirmam que pretendem fazer investimentos:

  • 63,8% em conhecimento e competências para IA
  • 51,5% para atualizar sua infraestrutura de rede
  • 46,6% em melhorias de segurança

Já dois terços dos respondentes em empresas de todo o mundo estão preocupados com os custos de não investir mais em tecnologia. O estudo da Cisco aponta ainda que esses custos não fazem parte de cenários hipotéticos. Se esses empresários não investirem em tecnologia agora, eles esperam custos operacionais mais elevados, lucros mais baixos, produtividade reduzida e menor participação de mercado.

Entre as motivações dos CEOs em todo o mundo para recorrer à IA:

  • 69% buscam pelo potencial transformador de impulsionar a eficiência das empresas;
  • 68% para estimular a inovação;
  • 54% para superar os concorrentes

Para alcançar o potencial esperado, esses líderes deverão superar barreiras como a escassez de competências (40%), limitações de infraestrutura (35%) e os riscos de segurança (34%).

Ações e estratégias para não ficar para trás no uso da IA

Inteligência Artificial
Foto: Pixabay

Embora os CEOs se concentrem na visão geral, os seus CIOs e CTOs enfrentam frequentemente desafios operacionais, incluindo a falta de casos de uso convincentes – um desafio que apenas 30% dos CEOs possuem. Essa tensão talvez reflita a fase exploratória da IA, onde 82% dos CEOs que reconhecem os benefícios potenciais da IA apoiam a experimentação no curto prazo para descobrir valor no longo prazo.

O presidente da Cisco EMEA, Oliver Tuszik, destaca que as empresas serão transformadas se conseguirem desbloquear o potencial da IA para inovar mais rapidamente. “Simplificar as operações e adaptar-se às disrupções digitais, mas ninguém pode fazer isso sozinho. É por isso que 96% dos CEOs confiam em seus parceiros para dar este salto”, diz.

Conforme o estudo, a concretização deste modelo exigirá uma liderança tecnológica decisiva, tanto dentro da empresa como através de parcerias confiáveis. Os CEOs estão cada vez mais atentos aos seus CTOs e CIOs, com quase 80% deles reconhecendo o papel vital desses executivos na orientação das decisões de negócios e de investimento.

Os líderes tecnológicos estão, de acordo com a pesquisa, se tornando líderes empresariais que veem as redes e a tecnologia modernas não apenas como ferramentas, mas como facilitadores do crescimento, da resiliência e da inovação. Além disso, 96% dos CEOs está recorrendo a parceiros de confiança para preparar sua rede para a IA no futuro.

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