Fatores comportamentais podem levar ao sucesso ou à demissão

Uma cena que se repete: a pessoa mostra todas as suas habilidades técnicas na disputa por uma vaga, consegue o emprego, começa a trabalhar e pouco tempo depois corre o risco de ser demitido. Por que isso ocorre com certa frequência? O consultor organizacional Louis Burlamaqui explica que vários fatores comportamentais podem provocar esta situação, atrelado ao ajuste de orçamento da empresa, que precisa demitir e aí decide por quem não se adequa ao ambiente.
Louis Burlamaqui afirma que começa pela atitude e lista: pessoas negativas, que sempre reclamam, fazem intrigas, são conflitosas, desorganizadas. “Quem complica em vez de resolver fica marcado”, diz. Ele aponta outros problemas, como a cultura comportamental do funcionário que difere com a da empresa. Cita o caso de um empreendimento ágil e a pessoa mais lenta, do que valoriza o ambiente e o servidor sempre faz críticas, do solidário em que o trabalhador é egoísta.
“Pessoas infelizes não fazem o melhor e acabam repercutindo nelas próprias porque não potencializam o que são”, afirma Louis Burlamaqui. O segundo fator? Ele aponta pessoas que não se atualizam, não buscam conhecimento das novas tecnologias. “A empresa vai optar por trazer alguém de fora, que vai ampliar o escopo do cargo.” Há a necessidade, de acordo com o consultor, de sempre fazer cursos, participar de seminários, adquirir habilidades, ouvir especialistas neste mundo em constante transformação.
Ter iniciativa, seguir o coração, no que acredita… “Ser o autor da própria carreira”, relata Louis Burlamaqui. Entra também o domínio das emoções, entender os porquês das ações, os aspectos que motivam a pessoa. “Primeiro, é preciso saber sobre quem é você, fazer terapia, testes psicológicos. Depois, aprender, ter a capacidade de controlar as emoções, reconhecer e lidar com elas.”
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
O consultor lembra que muitas decisões não têm fundo racional, mas emocional. “Às vezes a pessoa faz coisas que não quer, não sabe por que age daquela maneira, fala o que não deseja.” Ele aponta outro problema comportamental: o de agir como criança, de ficar contrariada quando não age do jeito que acha certo. “Não tem capacidade de fazer acordo.”
Este comportamento infantil, de acordo com Louis Burlamaqui, está mais frequente nestes tempos corridos. “As pessoas estão impacientes, querem tudo na hora, não sabem responder às contrariedades”, diz.
Ouça a rádio de Minas