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Jovens são mais ativos na busca por empregos, mas têm outras preocupações; veja quais

Um estudo da Hogan Assessments, em parceria com a Ateliê RH, aponta que os jovens da Geração Z são mais ambiciosos que os Millenials
Jovens são mais ativos na busca por empregos, mas têm outras preocupações; veja quais
Foto: Freepik

Os jovens são 22% mais ativos na busca por vagas de emprego do que os candidatos de outras faixas etárias. No entanto, 47% desse público tem mais dificuldade para preencher o currículo, porcentagem que sobe para 62% entre aqueles com 18 a 24 anos de idade. Os dados são da pesquisa realizada pela plataforma de empregos Catho sobre a Geração Z no mercado de trabalho.

O estudo busca identificar algumas características no comportamento e na percepção das pessoas mais jovens. As áreas de maior interesse dessa parcela dos candidatos são tecnologia da informação (TI) e enfermagem, sendo citadas por 12% e 8% dos entrevistados, respectivamente.

Além disso, temas envolvendo inclusão, empatia e diversidade são até 12% mais valorizados entre os jovens. Eles também demonstram preocupação com saúde mental, com maior destaque no uso de terapias como solução (12%). Por outro lado, diferente das gerações anteriores, o salário aparece 18% menos importante para esse grupo quanto à motivação.

A maioria (79%) dos jovens apresenta mais insegurança sobre suas habilidades, e suas principais incertezas estão na preocupação na escolha de trabalho (37%) e no medo de realizar entrevista (30%).

O levantamento também contou com a participação de 343 recrutadores que atuam nas áreas de prestação de serviços, comércio, indústria, varejo, tecnologia, dentre outros segmentos. Para 44,3% dos entrevistados, os jovens estão despreparados para as entrevistas de emprego. O baixo comprometimento com prazos e entregas é apontado por 42,8% dos recrutadores como o maior desafio para contratação.

Outro dado interessante apresentado na pesquisa é que mais da metade (52%) das empresas de pequeno porte, com até 100 funcionários, não possuem programas de desenvolvimento para jovens. Essas iniciativas incluem treinamentos técnicos e de habilidades comportamentais, avaliações de desempenho e feedback contínuo.

Geração Z é mais ambiciosa que Millenials

Jovem trabalhando.
Foto: Adobe Stock

Apesar dos desafios, os jovens da Geração Z (nascidos entre 1997 até o início dos anos 2010) apresentam traços mais elevados de ambição, e são mais curiosos em relação à geração Millenial (nascidos entre 1981 e 1996). Essa é uma das conclusões da pesquisa realizada pela Hogan Assessments, em parceria com a consultoria brasileira Ateliê RH, distribuidora pioneira dos testes no País.

Para o sócio-diretor da Ateliê RH, Roberto Santos, o problema está na imagem que se criou a respeito desse público, pressupondo que eles não são tão ambiciosos quanto as gerações anteriores, e que preferem ter mais qualidade de vida. “Na verdade, a Geração Z ‘desromantizou’ a relação com o trabalho. Eles estão mais interessados em ganhar dinheiro”, afirma.

Um estudo elaborado pela YouGov no ano passado aponta que a maior diferença da Geração Z com as outras gerações é o fato de que esses jovens têm uma relação totalmente diferente com a sua trajetória profissional. Apenas 43,5% dos jovens latino-americanos declararam amar o seu trabalho. Além disso, 47,4% dos entrevistados estão mais focados em ganhar dinheiro do que em progredir em suas carreiras.

“Outro ponto que difere a Geração Z é a abordagem à aprendizagem – os jovens preferem a aprendizagem formal, em detrimento de uma abordagem mais prática”, pontua.

A leitura também é mais valorizada entre os mais jovens, com o grupo pertencente à Geração Z lendo mais que seus antecessores, com 59% frente a 53% dos Millenials. O hábito já se reflete, por exemplo, nas bibliotecas, que ganharam uma sobrevida: seus frequentadores mais assíduos têm entre 16 e 24 anos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope/Instituto Pró-Livro no ano passado.

“Em contrapartida, os Gen Z podem se entediar mais facilmente que seus antecessores. E essa diferença acontece, em grande parte, porque esses jovens são nativos digitais – para eles, a experiência da tela é parte do cotidiano desde cedo – quando o iPhone 3G chegou no Brasil, em 2008, as crianças da Geração Z mais velhas tinham 11 anos. A instantaneidade na obtenção de informações e nas relações é algo normal, impensável para as gerações anteriores”, destaca Roberto Santos.

Outro levantamento, realizado pela Randstad, aponta que 68% dos jovens da Geração Z querem mudar de emprego em 2025. Dentre os motivos para esta decisão, os mais mencionados estão relacionados à falta de propósito, valorização e estímulo.

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