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Rede fortalece protagonismo da mulher

Rede fortalece protagonismo da mulher
Crédito: Freepik

Um lugar para ter a audácia de ser o que quiser. Esta é a Audaciosa, uma rede social criada por duas irmãs pernambucanas com objetivo de tornar mulheres CIS (cisgênero) e trans protagonistas de suas próprias vidas, sendo quem (e quantas) elas queiram ser, desbravando mundos e ocupando lugares que disseram não ser para elas. “Esta é uma comunidade para que, juntas, mulheres se desenvolvam pessoal e profissionalmente”, afirma a engenheira de software Elaine Manoelle (Lady Laay, como gosta de ser chamada), CEO e fundadora da rede.

Para participar da comunidade, que é exclusivamente para mulheres CIS e trans, é necessário criar um cadastro e fazer login. Conforme explica Lady Laay, há um controle de privacidade para que cada usuária selecione o que quer compartilhar de modo privado ou público. Entretanto, a visualização dos conteúdos públicos é aberta para todos, para que principalmente recrutadores e head hunters possam realizar suas buscas por candidatas, e caso queiram focar em diversidade, filtrar por recortes sociais, como negra, LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais, etc), periférica, trans e PCD. Por exemplo, alguém que esteja precisando de serviços de advocacia pode filtrar entre centenas de mulheres uma advogada PCD, em Recife.

A fundadora reforça que a ideia é fomentar a diversidade dentro das empresas, além de permitir que mulheres se ajudem mulheres ao comprar produtos e serviços mutuamente e ajudar pequenas empreendedoras e profissionais autônomas a crescer. “Não é apenas uma rede social, é também um banco de dados, uma espécie de catálogo de mulheres competentes e talentosas prontas para as oportunidades”.

Ao lado de sua irmã, Emilly Kamile, ela fundou a Business Woman Empire (BWE), empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de sites e lojas virtuais. Audaciosa é mais um de seus projetos: trata-se de um movimento de desenvolvimento pessoal feminino, com plataforma própria, onde as mulheres podem se ajudar, compartilhar dicas, vagas, cursos, trocar experiências, fazer permutas, oferecer e consumir serviços e produtos umas das outras, e muito mais. “A ideia é que a plataforma funcione para impulsionar mulheres na construção de impérios individual e coletivamente”, define a CEO.

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Além do trabalho em tecnologia, rapper desde os 15 anos, nascida e criada na periferia, Elaine Manoelle, que responde pelo nome artístico de Lady Laay, sempre utilizou suas letras como instrumento de luta em favor das mulheres, negros, LGBTQI+, periferia e outas minorias encurraladas pelo sistema. Admiradora do movimento Capitalismo Consciente e causas sociais, sobretudo as pautas de gênero, classe e raça, Lady Laay sempre desejou enaltecer a competência feminina em desenvolvimento de software, já que maioria das referências técnicas da área são homens. “Para as meninas que estão começando, ter referenciais e representatividade é muito importante. Foi justamente esta inquietude que alavancou a BWE e, agora, a Audaciosa”, diz ela.

Já Emilly Kamile, também periférica, apesar da pouca idade, já soma uma série de competências técnicas que aprendeu sozinha como autodidata. É estudante da graduação de Análise e desenvolvimento de sistemas, e além de programação, gosta também de estudar design e marketing, é apaixonada por leitura, maquiagem e quer inspirar outras garotas, sobretudo da periferia, a serem sedentas por conhecimento e a buscar seus sonhos.

A Audaciosa já está em funcionamento na versão web (que é responsiva e funciona perfeitamente no celular) e a previsão é que até julho seja lançado o aplicativo. Lady Laay revela que já conta com um time de nove embaixadoras e muita produção de conteúdo na Audaciosa e em outras redes sociais, como por exemplo um canal no Youtube, para mover estruturas e despertar a audácia em mulheres e meninas no Brasil inteiro. “Eu e minha irmã somos autoras do projeto, mas não queremos construir isso sozinhas. Sabemos que quanto mais diversidade em uma equipe, mais disruptiva e representativa ela vai ser”, afirma ela.

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