Gestão

Taxa de juros e pessoas figuram na lista de riscos corporativos

Atual ranking, ao contrário do anterior, aponta múltiplas fontes de incertezas
Taxa de juros e pessoas figuram na lista de riscos corporativos
Preocupações econômicas passam para a posição de maior risco no curto prazo, conforme os executivos entrevistados para o ranking | Crédito: Adobe Stock

Os principais riscos corporativos no Brasil têm passado por mudanças significativas ao longo dos anos, causando impactos dinâmicos dentro do cenário econômico, tecnológico e regulatório. Isso é o que mostra a tradicional pesquisa da Protiviti, que lista os 10 maiores riscos para 2024. O estudo global, que está em sua 12° edição, foi baseado na percepção de 1.143 executivos do mundo todo, sendo 72 do Brasil, incluindo membros de conselho e líderes de organizações de diversos setores.

Diferente da lista de 2023, que apontou mais riscos referentes às questões sociais e de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), o atual ranking aponta múltiplas fontes de incertezas que criam potencial para uma ampla gama de riscos no horizonte de curto prazo. A mudança nos principais riscos em relação ao ano passado revela um ambiente de negócios global que passa por mudanças significativas.

“Reconhecer a interação dos riscos de curto prazo e futuros é essencial para uma gestão abrangente dos riscos em toda a empresa. Essas reflexões oferecem aos executivos e membros do conselho informações valiosas sobre como estes riscos interligados podem impactar o sucesso estratégico e a viabilidade a longo prazo de uma organização”, analisa a diretora de Gestão de Riscos da Protiviti, Daniela Coelho.

Dos 10 riscos destacados no Brasil, seis constam na lista global, e refletem preocupações voltadas à economia, às pessoas e à segurança da informação. Dentre os itens apontados, estão: mudança na taxa de juros; condições econômicas; capacidade de atrair novos talentos; adoção a novas tecnologias digitais; ameaças cibernéticas; e garantia da privacidade e proteção da identidade. A seguir a lista dos maiores riscos corporativos no Brasil em 2024:

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  • Mudanças no atual ambiente de taxas de juros;
  • [Novo risco] Condições econômicas, incluindo pressões inflacionárias;
  • Incapacidade de utilizar análises de dados para obter inteligência de mercado e aumentar a produtividade e a eficiência;
  • Capacidade de atrair, desenvolver e reter os melhores talentos, gerenciar mudanças nas expectativas de trabalho e enfrentar desafios de sucessão;
  • [Novo risco] Adoção de tecnologias digitais, exigindo novas competências que estão em falta no mercado;
  • [Novo risco] Ameaças cibernéticas;
    Manter a fidelidade e a retenção de clientes.
  • [Novo risco] Facilidade de entrada de novos concorrentes ou outras formas de mudanças no ambiente competitivo;
  • [Novo risco] Garantir privacidade e a conformidade com as crescentes expectativas de proteção de identidade;
  • [Novo risco] Acesso a capital/ liquidez

Análise dos riscos em 2024

Preocupações econômicas passam para a posição de maior risco no curto prazo, conforme os executivos entrevistados para o ranking de 2024. Estas condições, especialmente as relacionadas ao ambiente de taxas de juros e pressões inflacionárias, afetam significativamente os custos de capital e as operações das organizações. Além da posição de destaque no curto prazo, aspectos econômicos seguem em destaque no longo prazo.

Dentro do aspecto do uso crescente da tecnologia para impulsionar a inovação e a eficiência, assim como o aumento da dependência de terceiros, foi possível observar a criação de mais oportunidades para a exposição de vulnerabilidades cibernéticas. Juntamente com essas preocupações, a análise aponta que os executivos também estão focados no desafio de lidar com as crescentes expectativas de proteção de identidade.

Na medida em que as regulamentações proliferam e as expectativas gerais do público em torno da proteção de dados confidenciais e privados evoluem, a pesquisa revelou que os líderes empresariais estão atentos com a capacidade de sua organização em proteger a informação que coletam, processam, armazenam e gerenciam.

Já as preocupações gerais sobre atrair, desenvolver e reter os melhores talentos, incluindo os desafios de sucessão, permanecem no topo de todas as questões de risco. Da mesma forma, os executivos estão particularmente focados nos desafios associados à atração de tipos únicos de talentos e à melhoria das competências dos funcionários, o que permitirá que as suas organizações adotem tecnologias digitais emergentes, de acordo com a competência desses destaques.

Por outro lado, a pesquisa aponta que as inovações disruptivas e a incapacidade de utilizar análises rigorosas de dados são pontos de atenção dentre os entrevistados. Isso porque o ritmo acelerado exigido por estas atividades são particularmente preocupantes para os entrevistados, enquanto se pensa sobre o posicionamento competitivo de longo prazo da organização.

Com isso, os avanços contínuos na Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias impulsionam uma onda de disrupção que terá impacto nos modelos de negócio, eliminará estratégias obsoletas e alterará as experiências dos clientes.

Tendências para 2034

Além da análise atual de riscos feita pelos executivos, a pesquisa também buscou explorar o ponto de vista de longo prazo dos executivos entrevistados. Nesse contexto, das dez ameaças previstas para 2034, sete são novas em relação à previsão de 2032. Além disso, cinco riscos da lista brasileira constam na lista global de riscos: ameaças cibernéticas; condições econômicas; adoção a tecnologias digitais; riscos de terceiros; e velocidade de inovação disruptiva. A seguir, o ranking dos maiores riscos corporativos para 2034, segundo executivos do Brasil:

  • [Novo risco] Mudança no atual ambiente e taxas de juros;
  • [Novo risco] Ameaças cibernéticas;
  • Facilidade de entrada de novos concorrentes ou outras mudanças no ambiente competitivo;
  • Condições econômicas, incluindo pressões inflacionárias;
  • [Novo risco] Adoção de tecnologias digitais, exigindo novas competências que estão em alta no mercado;
  • Volatilidade nos mercados financeiros globais e nas taxas de câmbio;
  • [Novo risco] Mudanças nos mercados globais e nas políticas comerciais;
  • [Novo risco] Riscos de terceiros;
  • [Novo risco] Foco crescente nas mudanças climáticas e outras políticas e regulamentações de sustentabilidade e na expansão dos requisitos de divulgação, bem como nas expectativas dos principais stakeholders;
  • [Novo risco] Velocidade de inovações disruptivas possibilitadas por tecnologias avançadas e/ou outras forças de mercado.

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