Cresce demanda por provedores de acesso

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) promoveu uma espécie de corrida aos serviços de internet. De acordo com o diretor do grupo Mineira TecPar e vice-presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Internet (Abramulti), Jony Cruz, a demanda por novas ativações cresceu cerca de 25% durante o período.
Os motivos para esse avanço, segundo Jony Cruz, vão desde o aumento do home office até a migração de pessoas para a área rural durante o isolamento social. Com isso, elas acabam contratando o serviço, que antes não tinham nesses locais, para continuarem trabalhando e estudando on-line.
“A demanda por internet tem aumentado de forma considerável, seja na área urbana, seja na zona rural. O consumo de internet em nível global cresceu de 30% a 40% frente ao convencional”, afirma Jony Cruz.
Apesar dos números mais robustos, o diretor do grupo Mineira TecPar diz que até agora não foram feitos novos investimentos e contratações – no ano passado, os investimentos do grupo chegaram a R$ 70 milhões. Inclusive, a holding, que reúne atualmente sete empresas, tem uma preocupação a mais no momento: inadimplência.
Para Jony Cruz, não é possível falar de lucros por enquanto, uma vez que não se sabe ainda como ficarão os pagamentos das mensalidades da internet. Ele conta que alguns atrasos já são notados e pode ser que eles aumentem em meio à crise, o que, inclusive, poderá trazer reflexos graves para a comunicação no País.
“Os provedores regionais respondem por cerca de 50% das conexões de internet do Brasil. São empresas que têm um fluxo de caixa muito baixo e um alto custo de manutenção.
Além do serviço de telecomunicação ter sido considerado essencial, é de extrema importância a assiduidade do pagamento. Se houver muita inadimplência, pode haver um caos e parar a internet em boa parte do País”, salienta.
Além disso, Jony Cruz destaca que a demanda do serviço também poderá cair, embora esteja em alta agora. “Não temos certeza da continuidade disso, uma vez que diversas empresas estão fechando e o desemprego vai aumentar. Poderá haver uma curva decrescente em relação à contratação”, afirma.
Para ele, é preciso que sejam tomadas medidas em relação às empresas do segmento. “Assim como tem linhas de créditos voltadas para o setor aéreo, para o financiamento da folha de pagamento, seria importante haver linhas de créditos junto ao BNDES, de forma direta”, diz. “Atualmente, é via agentes bancários, com spread bancário muito alto e garantias quase impossíveis de serem cumpridas por parte dos provedores”, afirma.
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