Apoio à recuperação da zona do euro precisa continuar

Bruxelas – Os governos da zona do euro devem continuar gastando para apoiar a recuperação econômica, embora de forma cada vez mais focada, e consolidar as finanças públicas apenas quando a retomada estiver firmemente em curso, disse ontem o Fundo Monetário Internacional.
Em um relatório regular sobre a economia da zona do euro apresentado aos ministros das Finanças do grupo, o FMI observou, no entanto, que embora a consolidação em si possa esperar, uma forma confiável de como isso será feito no futuro já deve ser anunciada agora.
“As políticas devem permanecer acomodatícias, mas devem se tornar cada vez mais direcionadas, com foco na mitigação de aumentos potenciais na desigualdade e na pobreza”, disse o FMI.
“O espaço da política fiscal deve ser reconstruído assim que a expansão estiver em andamento, mas planos de consolidação de médio prazo confiáveis devem ser anunciados agora”, disse o documento.
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O Fundo também observou que o aumento da inflação, que atingiu um recorde de 4,9% em novembro ante o mesmo período no ano anterior, é temporário e, portanto, não sinaliza uma grande ameaça porque não se traduziu em aumento nos salários, o chamado efeito de segunda ordem.
“As recentes leituras de inflação surpreenderam para cima, mas grande parte do aumento ainda parece transitório, com grandes efeitos de segunda ordem (parecendo) improváveis”, disse o relatório, acrescentando que a política monetária do Banco Central Europeu deve, portanto, continuar sendo expansionista.
“Reformas estruturais e investimentos de alto impacto, inclusive em infraestrutura amigável ao clima e em digitalização, continuam sendo cruciais para aumentar a resiliência e impulsionar o crescimento potencial”, disse o FMI.
Sem baixar a guarda – A recém-descoberta variante Ômicron do coronavírus mostra que os formuladores de política monetária e os mercados financeiros não podem baixar a guarda sobre a Covid-19 e terão de calibrar suas políticas com cuidado, disse ontem, o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
Apelidado de banco central dos bancos centrais devido às suas reuniões regulares de tomadores de decisão, o BIS, com sede na Suíça, disse que a Ômicron já havia causado quedas nas principais bolsas de valores e aumentou a incerteza.
“O surgimento da Ômicron indica que não devemos baixar a guard”, disse a jornalistas Claudio Borio, chefe do Departamento Monetário e Econômico do BIS. “Este foi o último lembrete de que temos de estar vigilantes”.
À medida que cresce a incerteza sobre potenciais custos humanos e econômicos da nova variante, os mercados financeiros globais também estão esperando para ver se o aumento da inflação leva os principais bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed, dos EUA), o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e o Banco Central Europeu (BCE) a elevar as taxas de juros.
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