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Argentina recorre ao gás da Petrobras para suprir alta demanda energética

Há um consumo excepcionalmente alto na demanda doméstica de gás natural, em um salto de 45 milhões de metros cúbicos por dia para 70 milhões
Argentina recorre ao gás da Petrobras para suprir alta demanda energética
Crédito: REUTERS/Sergio Moraes

Buenos Aires (AR) – Frente a uma crise no abastecimento de energia fruto de temperaturas mais baixas do que o usual nas últimas semanas deste outono e de cortes no setor industrial, a Argentina recorreu à Petrobras para suprir sua crescente demanda de gás natural.

Desembarcou na manhã desta quarta-feira (29) no porto de Escobar, na região do rio Paraná, uma carga de 44 mil metros cúbicos de GNL comprados da estatal brasileira que devem ajudar o país a suprir o pico da demanda até o final desta semana, quando cargas de outros países que já estavam programadas estão previstas para chegar.

O estresse energético no país, acelerado pela massa de ar polar que chegou nos últimos dias e fez as temperaturas caírem, antecipando um inverno mais rigoroso, levou um comitê de emergência a anunciar cortes no fornecimento para indústria e para estações de gás natural comprimido de modo a priorizar a demanda doméstica dos argentinos.

Segundo a Secretaria de Energia, há um consumo excepcionalmente alto na demanda doméstica de gás natural, em um salto de 45 milhões de metros cúbicos por dia para 70 milhões. O gás da Petrobras ajudaria a suprir a demanda de áreas como a Grande Buenos Aires, além das províncias próximas de Santa Fé e Córdoba.

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A pasta do governo de Javier Milei atribui o cenário, em partes, ao que chama de uma “vulnerabilidade no sistema de gás que é fruto de sua infraestrutura insuficiente há décadas por falta de investimento”. E o abastecimento pelo novo gasoduto, o Presidente Néstor Kirchner, ainda está longe de sua capacidade total, com obras em andamento.

Imbróglio atrasa desembarque

A embarcação com o GNL enviada pela Petrobras está no porto argentino desde a tarde desta terça-feira (28), mas um imbróglio em questões técnicas da carta de crédito obtida por Buenos Aires com um banco internacional para a compra do produto atrasou o desembarque.

A Energía Argentina, responsável pelo setor no país, disse em nota que o atraso se deu pelo que descreve como “um desentendimento do fornecedor [no caso, a Petrobras] relativamente à carta de crédito”.
Envolvidos na tratativa dizem que o Brasil respondeu prontamente à demanda de Buenos Aires e buscou acelerar o processo para suprir a demanda do país vizinho.

(Mayara Paixão)

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