Ativistas temem acordo da Argentina com o FMI

Nova York e Buenos Aires – O ativista trabalhista Alejandro Bodart marchou pelas ruas de Buenos Aires há duas décadas para protestar contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), que muitos culparam pelas medidas de austeridade que agravaram a pior crise econômica de todos os tempos na Argentina.
Agora Bodart está na linha de frente novamente, temendo que um novo acordo para rolar US$ 45 bilhões que a Argentina não pode pagar, aparentemente próximo, significará mais restrições de gastos no país sul-americano, onde mais de uma em cada quatro pessoas vivem na pobreza.
“Haverá resistência social”, disse Bodart, secretário-geral do Movimento Socialista dos Trabalhadores (MST) à reportagem. “Não vemos a possibilidade de um país viável no âmbito de um acordo com o FMI, por isso acreditamos que ele deva ser rejeitado.”
A visão de Bodart está no extremo da escala, mas ressalta o desafio enfrentado pelo FMI e pelo presidente de centro-esquerda da Argentina, Alberto Fernández, enquanto buscam fechar um acordo que equilibre a responsabilidade fiscal e a necessidade de crescimento.
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Argentinos temem o potencial impacto de um acordo sobre os gastos públicos, que têm sido fundamentais para ajudar a sustentar o crescimento neste ano, enquanto o governo pode sofrer um golpe político de qualquer medida de austeridade antes das eleições presidenciais de 2023.
Fernández e seu ministro da Economia, Martín Guzmán, disseram que o novo acordo deve evitar ajustes fiscais que prejudiquem a recuperação econômica após anos de recessão e a pandemia de Covid-19.
Uma fonte do governo disse em novembro que o principal ponto de conflito com o FMI é como reduzir o déficit fiscal sem uma “política de gastos contracionista”. Em vez disso, o governo quer melhorar a arrecadação de impostos e obter fundos de outros credores.
Edward Moya, analista da corretora de câmbio Oanda, disse que um novo pacto provavelmente envolveria a terceira maior economia da América Latina tendo que aceitar algumas decisões desagradáveis.
“A Argentina ainda está lutando contra um terrível problema de dívida, uma crise cambial e falta de reservas, razão pela qual eles não têm dinheiro para pagar o FMI”, disse Moya. “Este filme provavelmente não terminará bem para os argentinos, pois o FMI exigirá grandes cortes nos gastos públicos”.
Ômicron – A Argentina detectou seu primeiro caso da variante Ômicron do coronavirus em uma pessoa que tinha viajado à África do Sul, disse na noite de anteontem o Ministério da Saúde do país sul-americano.
O passageiro é um morador de 38 anos da província argentina ocidental de San Luís, que chegou em 30 de novembro vindo da África do Sul em um vôo através dos Estados Unidos e tem estado isolado desde então.
A Argentina se juntou a Brasil, México e Chile na lista de países latino-americanos onde foram detectados casos da nova variante.
O paciente envolvido, que foi totalmente vacinado, tinha feito um teste PCR negativo antes da viagem e outro teste de antígeno negativo ao chegar em Buenos Aires, disse o ministério. A pessoa realizou um novo teste após descobrir que colegas em um evento de trabalho na África do Sul haviam testado positivo para a Covid-19.
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