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Aumento de casos de Covid-19 faz Áustria fechar tudo

Aumento de casos de Covid-19 faz Áustria fechar tudo
Cerca de 66% da população austríaca foi vacinada contra a Covid-19 | Crédito: REUTERS/Lukas Barth

Viena, Berlim e Paris – A Áustria iniciou seu quarto lockdown nacional ontem para tentar conter a Covid-19, e dezenas de milhares de pessoas, muitas delas apoiadoras da extrema-direita, protestaram em Viena contra a retomada de restrições à circulação enquanto a Europa volta a se tornar o epicentro da pandemia de coronavírus.

O governo austríaco também anunciou que tornará a vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro no país, onde muitos são profundamente céticos a respeito das imunizações, uma visão estimulada pelo Partido da Liberdade de extrema-direita, o terceiro maior do Parlamento austríaco.

As ruas de Viena estavam mais tranquilas do que o normal ontem, quando terraços de cafés ficaram vazios e a maioria das lojas permaneceu fechada.

Cerca de 40 mil pessoas protestaram pacificamente na capital austríaca no sábado, e somente seis foram presas, mas protestos contra a reativação de restrições concebidas para impedir uma nova disseminação da Covid-19 se tornaram violentos na Bélgica e na Holanda durante o final de semana.

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Mercados de ações – Os mercados de ações começaram a semana com uma postura cautelosa depois de registrarem uma segunda queda semanal consecutiva, e o euro passou apuros nas mãos de negociadores que pesam os riscos de novos lockdowns.

“O problema na Europa é a disseminação da Covid-19, que significa que mais lockdowns e outras restrições de saúde em parte contra os não-vacinados devem aumentar rapidamente nas próximas duas semanas”, disse Sebastian Galy, estrategista da Société Générale.

“Isto, por sua vez, deve ter um impacto negativo em alguns serviços e impactar negativamente o crescimento.”

Cerca de 66% da população da Áustria está totalmente vacinada contra a Covid-19, uma das taxas mais baixas da Europa Ocidental.

Restaurantes, cafés, bares, teatros, comércios não-essenciais e cabeleireiros não poderão abrir as portas durante 10 dias, e talvez até durante 20, disse o governo.

Os mercados natalinos, um grande chamariz de turistas que tinha acabado de abrir, também precisam fechar, mas uma mudança de última hora permitiu que os teleféricos de esquiadores fiquem abertos para os vacinados.

Mas os hotéis fecharão para turistas ainda não hospedados quando o lockdown começar.

“É uma situação na qual temos que reagir agora”, disse o ministro da Saúde, Wolfgang Mueckstein, à ORF TV na noite de anteontem. “Um lockdown, um método relativamente duro, uma marreta, é a única opção para diminuir os números (de infecções) aqui”.

Pico de internações na França – As autoridades de saúde francesas disseram ontem que o número de pessoas em unidades de tratamento intensivo para a Covid-19 subiu em 67, em 24 horas, para um total de 1.409 pacientes, ultrapassando o limite de 1.400 pela primeira vez desde 30 de setembro.

O número total de hospitalizados pela doença aumentou em 300 ante o domingo, para 8.338 pacientes, o maior aumento diário desde 23 de agosto.

Mundo precisa de tratado pandêmico

Genebra –  A Organização Mundial da Saúde (OMS) precisa ser fortalecida com mais financiamento e capacidade maior de investigar pandemias através de um novo tratado, disse uma comissão independente antes de  conferência de ministros da Saúde.

Os esforços para acabar com a pandemia de Covid-19 são irregulares, fragmentados e marcados por um acesso limitado a vacinas em países de baixa renda, enquanto os “abastados” dos países ricos recebem doses de reforço, disseram os especialistas de alto nível em sua análise mais recente.

As copresidentes da comissão, a ex-primeira-ministra neozelandesa Helen Clark e a ex-presidente liberiana Ellen Johnson Sirleaf, reiteraram um apelo por reformas urgentes. Entre elas, estão um novo financiamento de ao menos US$ 10 bilhões por ano para a prontidão pandêmica e negociações para um tratado pandêmico global.

Em maio, a comissão avaliou como a OMS  lidou com a pandemia e disseram que um novo sistema de reação global deveria ser criado para que nenhum vírus futuro possa causar uma pandemia tão devastadora.

“Existe progresso, mas ele não é rápido ou coeso o suficiente para acabar com esta pandemia em todo o globo no futuro imediato ou evitar outra”, disse a comissão no relatório. Mais de 257 milhões de pessoas já foram infectadas e 5,4 milhões morreram desde que os primeiros casos foram identificados no centro da China em dezembro de 2019.

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