BCE precisa se preparar para alta de preços mais acirrada, alerta Knot

Frankfurt – A inflação na zona do euro deve cair abaixo de 2% no final do próximo ano, mas o Banco Central Europeu deve se preparar para um cenário menos benigno, evitando longos compromissos com a política monetária já que os riscos altistas dominam, disse ontem Klaas Knot, membro do banco.
A inflação foi a taxa acima de 4% no mês passado, mais de duas vezes a meta de 2% do BCE, mas o banco rechaçou pedidos de aperto monetário argumentando que forças transitórias estão por trás da alta e que a inflação vai cair abaixo de sua meta nos próximos anos.
Knot, membro conservador do Conselho de política monetária, também defendeu as pressões de preço “amplamente transitórias”, mas alertou que alguns dos fatores temporários em jogo podem durar mais do que se imaginava.
“Riscos de altas a esse cenário básico dominam”, disse Knot em painel de discussão organizado pelo UBS. “E precisamos nos preparar para cenários de alta também.”
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As declarações de Knot foram feitas apenas semanas antes de o BCE decidir sobre a redução de seu Programa de Compras Emergenciais da Pandemia de 1,85 trilhão de euros, devendo também avaliar se eleva outras ferramentas.
Nessa decisão, o BCE não deve se comprometer por muito tempo porque uma inflação mais duradoura poderia exigir ação mais do que alguns acham agora.
“Não podemos faz compromissos incondicionais duradouros que poderiam acabar sendo incompatíveis com a maneira como o cenário da inflação se desenvolve”, disse Knot.
Fed mede proximidade do pleno emprego
O Federal Reserve analisa uma ampla gama de indicadores para medir o quão perto a economia está de alcançar o pleno emprego, disse o chair do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, ontem, ao reiterar os benefícios de ter como alvo os trabalhadores que muitas vezes permanecem à margem do mercado de trabalho.
“Quando avaliamos se estamos no pleno emprego, olhamos propositadamente para uma ampla gama de indicadores”, disse Powell em conferência virtual sobre diversidade e inclusão em economia, finanças e bancos centrais, co-organizada pelo Fed ao lado de outras grandes autoridades monetárias.
Ao fazer isso, o Fed fica atento às disparidades do mercado de trabalho, “ao invés de apenas aos números principais”, disse Powell, afirmando que uma economia é mais saudável e mais forte quando o maior número possível de pessoas é capaz de trabalhar.
Autoridades do Fed têm apontado o forte crescimento econômico e ganhos no emprego como prova de que a economia pode começar a se sustentar por conta própria. Mas Powell também disse na semana passada que o Fed permanecerá paciente e priorizará novos avanços em direção ao pleno emprego antes de aumentar os juros, apesar do nervosismo com a inflação acima do esperado.
Mas há um debate crescente entre as autoridades sobre quantos empregos mais a economia pode criar e por quanto tempo mais a inflação alta pode ser tolerada, com investidores atualmente esperando um aumento de juros em meados do próximo ano.
Os EUA criaram em média 582 mil empregos por mês este ano, mas a força de trabalho está 3 milhões abaixo do seu nível pré-pandemia. Um anúncio sobre se o presidente dos EUA, Joe Biden, renomeará Powell para um segundo mandato como chefe do banco central é esperado em breve. (Reuters)
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